Nova espécie de maracujá é descoberta em montanhas do ES. Veja fotos e curiosidades
No Espírito Santo, o novo fruto se encontra nas regiões de Santa Leopoldina, São Roque do Canãa e na Serra, no Mestre Álvaro
Mostrando ser rico em seu bioma, uma nova espécie de maracujá foi encontrada nas regiões de montanhas do Espírito Santo e Minas Gerais. Em terras capixabas, o novo fruto foi descoberto nas regiões de Santa Leopoldina, São Roque do Canãa e na Serra.
A espécie Maracujá-das-Pedras ou cientificamente nomeada Passiflora ita, foi descoberta em junho de 2020, mas seu reconhecimento científico aconteceu na terça-feira (14), por meio de um artigo publicado na revista científica Willdenowia, do Jardim Botânico de Berlimuma, na Alemanha.
Segundo o botânico e pesquisador Ricardo Ribeiro, a nova espécie cresce em montanhas e afloramentos rochosos no leste de Minas Gerais e no Espírito Santo.
"A espécie é encontrada em regiões montanhosas. No Espírito Santo, elas foram encontradas no Mestre Álvaro, no município da Serra, e também em montanhas localizadas em Santa Leopoldina e São Roque do Canaã".
De acordo com Ricardo, os próximos passos para os pesquisadores é mapear mais informações sobre o fruto e poder ampliar as ações de conservação.
Com a descoberta dessa espécie, o Brasil contabiliza a sua vigésima primeira espécie nova de maracujá, descrita nos últimos 11 anos.
Nova espécie em extinção
A nova espécie mal foi descoberta pelos pesquisadores e já possui alerta para risco de extinção. Por possuir uma distribuição restrita a Mata Atlântica e ambientes específicos a Passiflora pode deixar de existir.
"São variadas ações que podem levar a nova espécie à extinção. No Mestre Álvaro, por exemplo, é um local favorável para esse triste acontecimento. Isso se deve por causa das queimadas próximas ao local e até mesmo as áreas de pastos, onde há deslocamentos de gados. Outras ações como extração de rochas ornamentais e os próprios desastres naturais podem influenciar".
O fruto pode ser consumido pelas pessoas?
O maracujá azedo, vendido normalmente nos comércios, e outros frutos selvagens podem ser consumidos. Mas, e a nova espécie?
Segundo o pesquisador, o fruto Passiflora ita não é recomendado para consumo humano. Porém, o DNA do fruto já vem sendo usado para melhorias de outras espécies.
"O consumo ainda não é algo recomendado . Mas o seu DNA vem sendo usado como ferramenta auxiliar para melhoria de outras espécies. O maracujá azedo vendido nos mercados já vem recebendo esse processo".
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