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Saúde mental de brasileiros está pior e se torna preocupação de empregadores

Mais de 50% dos trabalhadores estão com a saúde mental comprometida. Especialista afirma que a ascensão do chamado "mundo BANI" reforçou a importância dos empregadores se preocuparem com o tema

Foto: Divulgação/DINO

Segundo a pesquisa One Year of Covid-19, da Ipsos para o Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros relatam piora na saúde mental no último ano de 2020. E as consultas psiquiátricas no período aumentaram em 25%, de acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria. Diante desses números, empregadores têm compreendido cada vez mais a necessidade de cuidar da saúde mental dos colaboradores.

Tais indicadores convergem para um cenário maior que também tem contribuído para tornar a saúde mental um ponto de destaque: a passagem do chamado mundo VUCA para o que o antropólogo e futurista norte-americano Jamais Cascio chamou de mundo BANI. Do inglês, VUCA indica um mundo “volatile, uncertain, complex, ambiguous” (volátil, incerto, complexo e ambíguo). Desde 2020, contudo, principalmente por causa da pandemia de COVID-19, outro acrônimo emergiu para tentar dar conta do caos: BANI, que indica “brittle, anxious, non-linear, incomprehensible” (frágil, ansioso, não-linear e incompreensível), segundo Cascio em seu artigo "Facing the Age of Chaos".

Diante dessa realidade, diversos recrutadores e serviços para empregabilidade têm se mostrado imbuídos do propósito de alertar e preparar profissionais e empresas para os desafios a serem superados quanto à temática da saúde mental no mercado de trabalho. “As organizações estão mais empáticas. Se a pessoa não está bem consigo mesma, ela não vai produzir”, analisa a psicóloga Renata Fonseca, sócia da plataforma online de educação PreparaTODOS.

Assim como VUCA, BANI também é utilizado para discutir as habilidades humanas necessárias para se relacionar no ambiente de trabalho, por isso, essa condição traduzida pelo acrônimo tem sido considerada pelo corpo pedagógico e de orientação profissional do PreparaTODOS em suas ações educativas e formativas. Recentemente, a plataforma de cursos on-line, ligada ao grupo Cartão de TODOS, lançou o serviço de empregabilidade PreparaVAGAS; em ambos os canais, a preocupação com a saúde mental de profissionais tem sido uma constante. “Com a pandemia, ficou muito evidente a importância da saúde mental, da inteligência emocional e da cultura psi”, explica Renata. Os profissionais precisam estar equilibrados emocionalmente para circularem pela Era do Caos a qual Cascio se refere. Renata conta que as plataformas online de atendimento psicológico estão contribuindo para aliviar o problema do estresse causado por esse cenário volátil, incerto, complexo e ambíguo que tem afetado o mundo do trabalho. Essas alternativas chegam a mais pessoas por serem um serviço digital e atenderem com preços populares.

Englobando o cenário do primeiro ano da pandemia de COVID-19 e contando com respondentes em 30 nações ao redor do mundo, a pesquisa da Ipsos posiciona o Brasil em quinto lugar entre 30 países no qual a população sentiu um declínio no bem-estar mental e emocional durante a pandemia. Segundo os dados da pesquisa, os três países onde a saúde mental mais pioraram foram Turquia (61%), Hungria (56%) e Chile (56%); por outro lado, o novo coronavírus teve impacto menor na saúde mental dos chineses (20%), indianos (27%) e australianos (32%), segundo o estudo.

Com o anúncio da Organização Mundial de Saúde (OMS), em novembro, sobre o risco global de contágio da variante Ômicron, é fundamental que os empregadores sigam sendo empáticos e atentos à qualidade de vida e bem-estar de seus colaboradores, considera Renata. O clima de instabilidade sanitária, social e econômica que ainda permanece diante de novas variantes e possíveis novas ondas deixam as pessoas em alerta para riscos; consequentemente, as empresas e o mundo do trabalho precisam considerar e respeitar tais cenários de ansiedade e fragilidade, para que possam seguirem em progresso e segurança.

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