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Após apitaço e trânsito parado, professores em greve encerram novo protesto em Vitória

 Fotos: Eduardo Cândido / Josué de Oliveira Terminou por volta das 14 horas um protesto que reuniu mais de 1 mil pessoas na Enseada do Suá, em Vitória, no início da tarde desta quarta-feira (23). Professores saíram em passeata do ginásio Álvares Cabral para o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) em manifestação contra a liminar da Justiça que decretou a greve da categoria ilegal.

"O protesto é contra os desembargadores que impedem o direito de greve dos servidores públicos antes mesmo da manifestação começar", diz o secretário de organização do Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Espírito Santo (Sindiupes), Marcelo Castro.

Durante o protesto, os professores interditaram todas as faixas da avenida no sentido Centro da Capital e o trânsito ficou completamente parado na região.

O protesto não registrou incidentes, porém, professores mais exaltados chegaram a entrar no saguão do TJES e gritaram palavras de ordem. A Polícia Militar informou que a passeata foi pacífica e que não houve danos ao patrimônio público. Viaturas da PM e da Guarda Municipal acompanharam a manifestação.

De acordo com o Sindiupes, novos protestos vão acontecer nos próximos dias em Vitória.

Reunião terminou sem acordo

A reunião entre os representantes dos professores estaduais e o governo do Estado terminou sem acordo na tarde da última terça-feira (22). De acordo com o Sindiupes, o governo não teria apresentado nenhuma proposta para a categoria.

Já o governo diz que a reunião foi "uma conversa muito boa" e apontou que algumas reivindicações dos professores já estão encaminhadas. "A reunião foi uma conversa muito boa. Algumas pautas já estão abolutamente encaminhadas e outras fogem do nosso alcance. O aumento salarial não é possível devido à lei eleitoral", diz o secretário de Estado da Educação, Klinger Barbosa.

Cronologia da greve

>> Em março, a categoria entregou uma pauta de reivindicações aos deputados estaduais. Os professores exigem o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada; investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria; votação imediata do Plano Nacional de Educação e a destinação de 10% do PIB para a educação pública; e contra a proposta dos governadores de reajuste do piso somente pelo índice da inflação.

>> No dia 17 março, um protesto realizado pelos professores terminou em conflito com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Serra. Os docentes foram às ruas pedir mais valorização da classe. A polícia exigia que os professores ocupassem apenas uma faixa da via. Com a recusa do grupo, a polícia usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

>> No dia 18 de março, mais de 5 mil professores se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) em uma nova manifestação. Os manifestantes atravessaram a Terceira Ponte e, em seguida, foram para o Hortomercado, em Vitória, onde se reuniram com profissionais de diversos municípios capixabas.

>> Em 8 de abril, após uma assembleia, os profissionais decidiram entrar em greve e pararam o trânsito. Eles se concentraram na Praça Getúlio Vargas, na Capital, e seguiram em caminhada até o Palácio Anchieta.

>> Na última terça-feira (22), a categoria se reuniu com o governo do Estado para discutir as pautas de reivindicações dos professores. A reunião não chegou a nenhum acordo. O Sindiupes diz que o governo não apresentou nenhuma proposta para o fim da paralisação.

>> Nesta quarta-feira (23), a categoria decidiu em assembleia que a greve continua por tempo indeterminado. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, cerca de 70% das escolas estaduais estão sem aulas com a paralisação dos professores.

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