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Gosta de sal? Lei Estadual que proíbe frascos em mesas de restaurantes começa a valer nesta 2ª

A lei divide opiniões no Estado. O estabelecimento que descumprir a determinação pode ter que pagar uma multa de R$ 1.340. A lei tem mais 15 dias para regulamentação do Executivo

Lei estadual estabelece que os frascos e sachês de sal não devem ficar na mesa de restaurantes Foto: Divulgação

A partir do dia 6 de julho os bares, restaurantes e lanchonetes do Espírito Santo vão ter que tirar os frascos e sachês com sal de cozinha das mesas. É quando entra em vigor a Lei Estadual número 10.369, de 22 de maio de 2015. A partir desta data, o consumidor que quiser mais sal além do que já vem na comida, terá que ir ao balcão e pedir a um atendente, ou a um garçom.

A lei divide opiniões no Estado. O estabelecimento que descumprir a determinação pode ter que pagar uma multa de R$ 1.340. A lei tem mais 15 dias, após o dia 6 de julho, para regulamentação do Poder Executivo.

Os empresários do ramo são contra a medida, e afirmam que a lei é uma interferência do Estado nas relações de consumo. "Ainda que o sal não esteja à mesa, o cliente pode pedi-lo ao garçom e consumi-lo da mesma forma. Já os estabelecimentos poderão ter o atendimento prejudicado pelo fato dos funcionários terem que trazer sal a cada novo pedido, principalmente se a casa estiver cheia", argumenta o Presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares), Wilson Vettorazzo Calil.

A categoria reclama, também, da falta de diálogo do Executivo com os empresários, para discutir a lei. "Lamentamos que, mais uma vez, uma lei que impacta diretamente o setor de alimentação seja elaborada sem que nossa categoria seja sequer ouvida. Esperamos que, agora, o Executivo Estadual valorize o diálogo e chame o sindicato para participar do processo de regulamentação", completa Calil.

Lei estadual: nada de sal à mesa Foto: Divulgação/Internet

A estudante universitária Bruna Magri rotineiramente almoça em restaurantes de Vitória, e diz que a lei não deve alterar os hábitos de quem consome muito sal. "Acho que a lei não está certa porque se a pessoa não ver o sal na mesa, ela vai pedir ao garçom e consumir da mesma forma. Só vai atrasar o processo", diz.

Mas para o organismo, o cloreto de sódio faz mal à saúde e pode causar doenças. De acordo com a nutricionista Kelly Boscaglia Pinto, o capixaba consome muito sal e não se importa com as consequências para a saúde.

"Essa lei é muito válida porque vai desestimular o consumo de sal, já que o acesso vai ficar um pouco mais difícil. O capixaba, infelizmente, consome muito sal e, muitas vezes, nem percebe o mal que isso pode causar. Eu percebo no meu consultório que as pessoas estão tendo hipertensão muito cedo, e não se importam, já que a doença é silenciosa e não tem sintomas imediatos", afirma a nutricionista.

Sobre o diálogo com o Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares), em nota, o governo do Estado informou que o Sindbares, assim como qualquer entidade representativa da sociedade civil, pode participar dos debates que visem a melhoria da gestão pública. A nota conclui que o sindicato pode contribuir apresentando sugestões, julgadas pertinentes, que serão muito bem vindas, e levadas em consideração.

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