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Chuva interrompe buscas aéreas em região atingida por barragens em Mariana

No entanto, as buscas por terra continuam e 60 militares, além de cinco cães farejadores, atuam no distrito de Bento Rodrigues, na região da Ponte do Gama

O distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, foi completamente tomado pela lama Foto: Agência Brasil

Uma forte chuva atinge o município de Mariana, na região central de Minas Gerais, e, por causa disso, o Corpo de Bombeiros interrompeu as buscas aéreas na manhã desta segunda-feira (16). Segundo a corporação, devido ao mau tempo, não há condições de sobrevoar a região. 

No entanto, as buscas por terra continuam e 60 militares, além de cinco cães farejadores, atuam no distrito de Bento Rodrigues, na região da Ponte do Gama, e do município de Rio Doce, a 100 quilômetros de Mariana. 

Até o último boletim divulgado pela corporação, 15 pessoas permaneciam desaparecidas, sendo nove trabalhadores à serviço da Samarco, mineradora responsávei pelas barragens que se romperam, e seis moradores do distrito de Bento Rodrigues. Outras sete pessoas morreram na tragédia. 

Falta d'água

Por causa da lama que vazou das barragens de Fundão e Santarém e contaminou o rio Doce, vários municípios ficaram tiveram o abastecimento de água suspeito. A maior cidade atingida pelo problema foi Governador Valadares, no leste do Estado.

A captação de água do rio Doce foi suspensa no último domingo (8) no município e só foi retomada nesta segunda-feira (16). A previsão é que até o fim da semana a situação esteja normalizada.

De acordo com o governo municipal, será usado um produto que consegue separar a lama para que a água volte a ser tratada e distribuída à população. O reagente se chama polímero de acácia negra. Depois de experimentado o produto, foram feitos testes, em Belo Horizonte, que asseguram a qualidade da água tratada.

A análise garantiu também que, após o uso do reagente, não há metal pesado na água. A turbidez da água do rio, que havia atingido 131 mil uT durante a semana, chegou a 2.400 uT no sábado (14). O tratamento normal acontece com níveis de turbidez em 1.000 uT.

Enquanto o abastecimento não é restabelecido, a mineradora está enviando água mineral ao município. No entanto, na sexta-feira (13), o primeiro carregamento de água que a Vale, controladora da Samarco, levou para a cidade precisou ser descartado. Os 260 mil litros do recurso foram transportados em vagões-tanque cedidos pela companhia e apresentavam alto índice de querosene.

Danos ambientais

Além da contaminação com metais pesados, o excesso de lama nas águas do rio Doce também provocou a morte de centenas de peixes. De acordo com especialistas, os animais ficam sem oxigênio sob a água e acabam morrendo.

Para evitar uma tragédia ainda maior, pescadores que atuam em regiões do rio Doce onde a lama ainda não chegou fizeram uma convocação via WhatsApp para uma operação "Arca de Noé". O objetivo é retirar alguns peixes do rio para evitar a extinção de toda a fauna. 

Apesar de negar a contaminação da lama e o risco para a população e o meio ambiente, a Samarco Mineração decidiu ajudar no projeto e cedeu dois caminhões e seis caixas, com capacidade para mil litros de água cada, para auxiliar o resgate de peixes e sua posterior soltura em lagoas da região.

(As informações são do R7)

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