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Pronto Socorro de Itapemirim suspende serviços por falta de recursos financeiros

A decisão foi tomada após um parecer da auditoria independente do Hospital Evangélico, que administra a unidade, que no último relatório emitiu um alerta sobre a gravidade da situação

Os serviços de urgência, emergência e assistenciais realizadas no Pronto Socorro do Hospital Evangélico Litoral Sul, em Itapemirim, serão suspensos por tempos indeterminado, a partir dia dia 26 de dezembro, por falta de recursos financeiros para a manutenção das atividades. A decisão foi comunicada na tarde desta terça-feira (14), pela direção do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (HECI), que administra a unidade.

De acordo com o superintendente do HECI, Wagner Medeiros Junior, o Pronto Socorro atende em média 4,5 mil pacientes por mês, sendo a maior parte vinda do Sistema Único de Saúde (SUS). “A decisão decorre da baixa remuneração do SUS, que é insuficiente para o custeio dos serviços de Pronto Socorro. Como exemplo, o faturamento do Pronto Socorro não chega a cobrir 10% do total das despesas”, explica.

A direção do hospital esclarece que todas as autoridades competentes já estão sendo notificadas da decisão do Conselho Deliberativo, por meio de ofícios expedidos pelo Hospital, explicando que a entidade não tem mais como recorrer ao sistema financeiro para bancar despesas com pessoal, materiais, medicamentos e demais insumos utilizados. A decisão foi baseada em um parecer da auditoria independente do hospital, que no último relatório emitiu um alerta sobre a gravidade da situação.

Repasse de verba

Por meio de nota, a Prefeitura Itapemirim informa que firmou compromisso com a administração do hospital em repassar a quantia de R$ 300 mil por mês para a manutenção dos serviços na unidade. Inclusive, na última segunda-feira (13), foi repassada a quantia de R$ 600 mil, referentes aos meses de outubro e novembro. Entretanto, outros municípios que também utilizam os serviços desse hospital não cumpriram com o acordo firmado em reuniões com a administração do HECI, comprometendo a continuidade dos atendimentos.

Ainda, de acordo com a nota, a Prefeitura busca uma solução prática e rápida junto à administração do HECI e do Conselho Deliberativo, para que as atividades não sejam suspensas. “Os serviços de saúde prestados pelo município de Itapemirim é destaque pela ampla cobertura em especialidades médicas e exames, com ofertas, inclusive, de inúmeros atendimentos de competência estadual. Entretanto, levando em consideração questões de ordem econômica, não podemos nos comprometer em custear toda a dispensa atual apresentada pelo hospital, o que também não seria justo, visto que moradores de outros municípios também são atendidos na unidade”, diz a nota.

Gestão e investimentos

Desde dezembro de 2009, o então Hospital “Santa Helena” passou a ser administrado pelo Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim. A unidade havia acumulado R$ 10,6 milhões em dívidas, funcionava de forma extremamente precária e estava fechada ao atendimento desde outubro de 2009, dois meses antes do HECI assumir a gestão.

Desde então, o Evangélico investiu em reformas, compra de equipamentos e pagamento de dívidas. O centro cirúrgico foi reformado, pisos e paredes foram melhorados, investimentos em monitores cardíacos e outros equipamentos, além de obras de melhorias em toda a sua infra estrutura. Também foi investido em recursos humanos, com aumento do número de colaboradores para melhor atender à população. Entretanto, toda melhoria efetuada ficou aquém das pretensões do HECI devido à limitação das receitas daquela unidade e da crise na área da saúde.

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