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Retrospectiva Folha Vitória: Febre amarela, dengue e chikungunya marcaram o ano de 2017

Conhecido como 'mosquito da dengue', o aedes aegypti transmite a febre amarela no meio urbano, além do zika vírus e a chikungunya

A atenção contra as doenças provocadas pelo Aedes aegypti deve ser redobrada Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Em novembro de 2017, um levantamento coordenado pelo Ministério da Saúde indicou que 1.496 cidades brasileiras estão em situação de alerta ou de risco para surto de dengue, zika e chikungunya no próximo verão.

Entre capitais, estão em estado de alerta Vitória (ES), Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA), Recife (PE), Natal (RN), Porto Velho (RO), Aracajú (SE) e São Luis (MA). As capitais Belém (PA), Boa Vista (RR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Rio Branco (AC) não informaram os dados ao Ministério da Saúde.

Dengue

A dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Também há registros de transmissão vertical (gestante – bebê) e por transfusão de sangue. Por ano, são registradas cerca de 50 milhões de infecções pela doença no mundo. No Brasil, ela foi identificada em 1986.

-->  Sintomas: a pessoa infectada pelo vírus da dengue apresenta febre alta (entre 39 °C e 40 °C) que dura de 2 a 7 dias. Essa febre é acompanhada por dor de cabeça, fraqueza, dor atrás dos olhos e erupção e coceira na pele. Também são comuns perda de peso, náuseas e vômitos. Na forma grave da doença, são comuns dores abdominais intensas, vômitos e sangramento de mucosas

--> Tratamento: aos primeiros sintomas da doença, é necessário procurar um serviço de saúde. Como não existe tratamento específico, os médicos buscam aliviar os sintomas. O paciente não deve tomar medicamentos por conta própria e precisa fazer repouso e ingerir bastante líquido.

-->  Prevenção: a única forma de prevenção é acabar com o mosquito, pois não existe vacina ou medicamentos contra dengue. Assim, é importante manter o domicílio sempre limpo, evitar água parada e eliminar os possíveis criadouros do mosquito.

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Chikungunya

A circulação do vírus chikungunya foi identificado no Brasil, pela primeira vez, em 2014. Ele é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti, em áreas urbanas, e pelo Aedes albopictus, em áreas rurais.

-->  Sintomas: começam entre dois e doze dias após a picada do mosquito. A febre é alta, de início rápido, e é seguida por dores intensas nas articulações dos pés e das mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Também pode ocorrer dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. A pessoa infectada fica imune pelo resto da vida, pois não é possível ter chikungunya mais de uma vez.

-->  Tratamento: a febre chinkungunya é tratada com paracetamol e as dores articulares com anti-inflamatórios. O Ministério da Saúde não recomenda usar o ácido acetil salicílico (AAS), devido ao risco de hemorragia. O paciente deve ficar em repouso absoluto e beber líquidos em abundância.

-->  Prevenção: para evitar a contaminação é preciso eliminar os criadouros de mosquitos nas casas. Quando há notificação de caso suspeito, as Secretarias Municipais de Saúde devem adotar ações de eliminação de focos do mosquito nas áreas próximas à residência e ao local de atendimento dos pacientes.

Zika

O Zika Vírus, provocado pelo mosquito Aedes aegypti, continua atingindo centenas de pessoas no Brasil. Em 2016, foram confirmados 130.701 casos, distribuídos em 2.306 municípios. Este ano, já foram registrados 316 casos, sendo 58 confirmados no país. Em Pernambuco, são 131 casos da síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (SES-PE). A maioria das crianças que nasceram com microcefalia vítimas do grande surto que se iniciou em 2015 completam dois anos no último trimestre de 2017.

-->  Sintomas: os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. Normalmente, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. Caso apareça algum desses sinais, busque um serviço de saúde para atendimento.

-->  Tratamento: o tratamento recomendado para quem apresenta esses sintomas se baseia no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e da dor. No caso de erupções na pele, também podem ser usados os anti-histamínicos.

-->  Prevenção: para evitar a picada do mosquito, devem-se utilizar telas em janelas e portas. Para as grávidas, a recomendação é usar roupas compridas – calças e blusas – e, se deixar áreas do corpo expostas, aplicar repelente nessas áreas. Em março, o governo começou a distribuir repelentes para as gestantes do Bolsa Família. Outra forma de prevenção é praticar sexo seguro.

Febre amarela

Em março de 2017, a Grande Vitória registrou a primeira morte confirmada por Febre amarela. Outras três mortes foram confirmadas em Colatina, Domingos Martins e Santa Maria de Jetibá. Em todos os municípios, com exceção de Cariacica, já tinha registro de morte por febre amarela.

A doença causa febre aguda, a febre amarela é transmitida ao homem pela picada de fêmeas do mosquito vetor infectado. Nas cidades, o vetor é o Aedes aegypti e em áreas rurais o mosquito Haemagogus.

--> Sintomas: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina) são os principais sintomas. Também há casos de insuficiência hepática (fígado) e renal (rins) que, em muitos casos, evolui para óbito em aproximadamente uma semana. 

--> Tratamento: o paciente deve ser hospitalizado e permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Em casos graves, o paciente deve ser atendido numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

-->  Prevenção: para evitar a febre amarela é preciso se vacinar contra a doença. A vacina é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano. Ela deve ser aplicada 10 dias antes da viagem para as áreas de risco de transmissão da doença. Pode ser aplicada a partir dos 9 meses e é válida por 10 anos. A vacina é contraindicada a gestantes, imunodeprimidos (pessoas com o sistema imunológico debilitado) e pessoas alérgicas a gema de ovo.

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