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Novo ouvidor foi demitido após carregar dinheiro

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O governador João Doria (PSDB) nomeou ontem para ouvidor da Polícia o advogado Elizeu Soares Lopes. Ele substituirá Benedito Mariano, que ocupou o cargo por dois anos. Após saber da troca pelo Diário Oficial, o ex-ouvidor disse que “faltou delicadeza do governador”. Cabe à Ouvidoria receber denúncias de abusos policiais.

A votação para escolha do ouvidor é feita pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe). A lista com os três primeiros colocados é então enviada ao governador. Mariano era o primeiro, mas Doria escolheu o terceiro. “Talvez o governador não tenha me nomeado pelo que fiz. Foi nesses dois anos que a Ouvidoria teve mais atuação.” Ele diz ter preparado relatório sobre o caso de Paraisópolis – em que nove jovens morreram pisoteados em tumulto após ação policial – e o apresentará se o substituto solicitar. “Repito que a ocorrência foi improvisada, precipitada e desastrosa.”

Para o presidente do Condepe, Dimitri Sales, a escolha do advogado Elizeu Lopes foi influenciada por deputados contrários à atuação de Mariano. Ligado ao PCdoB, o novo ouvidor foi demitido da Prefeitura ainda na gestão de João Doria na Prefeitura por intermediar o envio de envelope com R$ 3 mil do vereador Camilo Cristófaro (PSB) ao então secretário de Mobilidade e Transportes, Sergio Avelleda. Segundo Avelleda disse à época, Lopes teria dito que o envelope era um “presente” de Cristófaro ao secretário.

Ao ser interpelado pelo secretário, o vereador deu outra versão: disse que houve uma confusão e a quantia seria para Lopes, que havia lhe pedido ajuda. Ontem, ao jornal O Estado de S. Paulo, Cristófaro reafirmou a versão. “Sustento esse cara desde 2011”, disse. A reportagem tentou contato com o novo ouvidor, que disse estar em reunião. Lopes chegou a ser secretário adjunto na gestão Fernando Haddad (PT). No governo Doria, ocupou cargo de comissão até o ocorrido com Avelleda. Procurado, Avelleda não foi localizado.

Em nota, o governo do Estado informou que a escolha de um novo ouvidor é “baseada estritamente em critérios técnicos”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.