Geral

Número de residências em áreas de risco mais que dobrou no ES

No Brasil, o número chega a triplicar: são 123 mil hectares em todo o país, a maior parte delas em encostas de morros

Número de residências em áreas de risco mais que dobrou no ES Número de residências em áreas de risco mais que dobrou no ES Número de residências em áreas de risco mais que dobrou no ES Número de residências em áreas de risco mais que dobrou no ES
Foto: Reprodução/TV Vitória

Um estudo divulgado pelo instituto Mapbiomas Brasil na terça-feira (31) aponta que o número de casas construídas em locais de risco mais que dobrou desde 1985. De acordo com a pesquisa, de 3500 hectares, estas construções passaram a ocupar 8300 hectares de terra. 

No Brasil, o número chega a triplicar, são 123 mil hectares em todo o país, a maior parte delas em encostas de morros, mas também em regiões de rios e fácil alagamento. 

Quem conhece de perto esta realidade é a confeiteira Maria Penha Guedes, que reside em uma área de risco no bairro Vila Prudêncio, em Cariacica. No ano passado, a casa da confeiteira foi atingida por uma forte tempestade, que causou um intenso deslizamento de terra.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram

“De repente começou a cair as árvores, todo mundo ficou em desespero. Eu tinha acabado de chegar do trabalho, ligamos para os bombeiros, que demorar um pouco a chegar, porque estava tudo muito difícil no dia”, relatou. 

Durante o deslizamento 30 casas foram afetadas e outra completamente destruída no bairro. Após o desastre, a prefeitura de Cariacica instalou telas de contenção feitas de geomanta, mas grande parte das residências segue interditada. 

“Não temos para onde ir”, diz moradora

A Defesa Civil de Cariacica já orientou os moradores do local sobre o risco iminente de deslizamentos na área, mas quem tem residência fixa no local, afirma não ter para onde ir durante estes momentos.

Segundo a dona de casa Maria Verônica Aguiar, os moradores conhecem o risco, mas não há escolha. “A gente dorme aqui, está morando aqui, porque não tem para onde ir”, disse. 

A promotora de vendas Elisabeth do Nascimento concorda com a afirmação da vizinha, e relata que a moradora que perdeu sua casa no deslizamento de 2022, enfrenta dificuldades financeiras. 

“E nós não recebemos nenhum auxílio para poder sair daqui. Tem alguns moradores que a casa caiu toda, ela está em Tabajara, pagando aluguel, mas sem condições”

Segundo o doutor em geografia Antônio Celso Oliveira Goulart, medidas de habitação são tomadas desde os anos de 1970, mas o estado brasileiro não consegue atender a todas as demandas.

“A política de Estado tem que ser contínua, ela tem que acontecer independente do governo que esteja na ocasião”, afirmou. 

O que dizem as prefeituras

Procuradas, as prefeituras da Grande Vitória relataram ter programas e planos de contenção aliados às defesas civis municipais. 

A prefeitura de Vila Velha diz ter mapeado 101 setores onde vivem 1403 pessoas e investiu cerca de R$ 3 milhões em obras de contenção de encostas

Cariacica monitora 53 áreas de risco e já investiu R$ 16 milhões na aplicação de geomanta

A Serra monitora 86 áreas onde vivem 7200 famílias e a prefeitura de Vitória diz que vai investir mais de R$ 60 milhões para reconstruir 200 casas, reformar outros 1500 imóveis e realizar obras de contenção. 

Leia Também: Instituto emite novos alertas de tempestade, ventos fortes e granizo para o ES

*Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV 

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.