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Oposição diz que operação contra seita religiosa na Angola matou mais de mil

Oposição diz que operação contra seita religiosa na Angola matou mais de mil Oposição diz que operação contra seita religiosa na Angola matou mais de mil Oposição diz que operação contra seita religiosa na Angola matou mais de mil Oposição diz que operação contra seita religiosa na Angola matou mais de mil

– Johannesburgo, 03/05/2015 – O principal partido de oposição da Angola, conhecido pela sigla UNITA, afirma que uma operação do governo contra a seita religiosa “Igreja Cristã do Sétimo Dia à Luz do Mundo” deixou 1.080 mortos. A polícia, porém, diz que o número de vítimas é bem menor: 13 civis e nove policiais. O líder da seita, José Julino Kalupeteka, foi preso.

De acordo com o comissário de polícia Paulo Gaspar de Almeida, os civis mortos eram guarda-costas de Kalupeteka. A operação contra a sede da igreja aconteceu no dia 16 de abril, na província de Huambo. “Eu não sei onde haveria espaço para enterrar tanta gente”, comentou o comandante provincial da polícia, Elias Livulo, questionando os números apresentados pela UNITA.

O líder da UNITA no Parlamento, Raul Danda, disse que um grupo do partido visitou a área durante três dias para investigar o incidente. Eles teriam chegado ao número de mortos após contatos com testemunhas, grupos civis e autoridades locais. O partido acusa a polícia de impedir a entrada de jornalistas e observadores independentes no local do incidente. De fato, na história recente muitas vezes jornalistas que trabalhavam em casos contrários aos interesses do governo foram presos.

A legislação da Angola não reconhece grupos religiosos com menos de 100 mil seguidores. O partido governista Movimento Popular para a Libertação da Angola acusa a Igreja Cristã do Sétimo Dia à Luz do Mundo de incitar atos de violência e promover instabilidade. O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, descreveu o grupo, que é uma dissidência da Igreja Adventista do Sétimo Dia, como “uma ameaça à paz”. Ele teria ordenado que a Procuradoria Geral da República usasse, de acordo com a lei, “as medidas apropriadas para colocar um fim às atividades ilegais da seita”.

A seita obrigava os seguidores a vender seus bens e morar nas montanhas da Angola, em preparação para o fim do mundo, que ocorreria no dia 31 de dezembro deste ano. Fonte: Associated Press.