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Orquestra Voadora atrai cerca de 100 mil foliões no Aterro do Flamengo, no Rio

Rio – Já no quinto dia de folia – o carnaval carioca começou de fato na sexta-feira (13) -, nem o calor que ultrapassava os 30 graus centígrados nem o cansaço impediram o desfile da Orquestra Voadora, na tarde desta terça-feira (17) no Aterro do Flamengo, atraindo cerca de 100 mil pessoas, segundo os organizadores. Muitos foliões já tinham se divertido mais cedo pelo bloco das Carmelitas, em Santa Tereza, e programavam seguir a Banda de Ipanema, no fim da tarde.

Entre os mais populares blocos da terça-feira de carnaval no Rio, os três, teoricamente, encerrariam a folia, mas, na prática, a brincadeira só acaba no domingo, com o derradeiro desfile do Monobloco, no Aterro do Flamengo.

“Não termina aqui não. Sábado e domingo estaremos juntos. Tem Monobloco”, disse Bruno Rufino, de 23 anos, ao ser questionado se ainda havia energia para seguir a Orquestra Voadora nesta terça (17). Ele e mais cinco amigos, moradores do bairro de Madureira, na zona norte da cidade, formavam o grupo folião “Frutti-tutti” desde 2010. Neste ano, a fantasia compartilhada fazia referência ao filme “Meu malvado favorito”. A Orquestra Voadora era o décimo bloco frequentado pelo grupo nos últimos cinco dias.

A Orquestra Voadora se formou recentemente: o primeiro desfile foi em 2009. No princípio, a festa era acústica. Há dois anos, o número de seguidores cresceu tanto, que foi indispensável o uso de carro de som, aumentando também os custos. Os gastos levaram os 13 fundadores do bloco a cogitar não desfilar neste ano, mas os integrantes decidiram custear o desfile do próprio bolso. “É impossível parar o bloco a essa altura”, disse André Deda, um dos fundadores.

Ipanema

No lado dos blocos mais tradicionais, o segundo desfile da Banda de Ipanema tomou a orla do famoso bairro da zona sul do Rio, seguindo a tradição de iniciar a brincadeira ao som de “Cidade Maravilhosa” e de atrair muitos foliões fantasiados, com destaque para os homens travestidos – a ameaça de chuva forte não chegou a afugentar o público.

Por volta de 19h25, também como manda a tradição, os músicos paravam em frente a igreja Nossa Senhora da Paz para tocar “Carinhoso”, de Pixinguinha. A tradição remonta a 17 de fevereiro de 1973, quando a banda se preparava para um de seus desfiles e foi surpreendida pela notícia da morte do músico. Mesmo assim, decidiu manter a festa, tocando “Carinhoso” ao passar pela igreja.

A Banda de Ipanema completou neste carnaval 50 anos de folia e ganhou até placa de homenagem numa praça do bairro. A agremiação também desfilou no sábado de carnaval e dois sábados antes da festa, como é tradição.

Também tradicional, o bloco Carmelitas arrastou nesta terça-feira (17) 10 mil pessoas em Santa Tereza, em seu 25º aniversário. O Carmelitas fez o primeiro desfile na última sexta-feira (13), uma marca da abertura do carnaval de rua no Rio. Segundo o folclore, nas sextas-feiras antes do carnaval, uma freira carmelita do convento localizado no bairro tinha por hábito sair escondida para brincar pelas ruas, por onde ficava até a terça-feira, dando “motivo” para o bloco voltar no último dia de folia.