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País gasta menos da metade do que nação desenvolvida no ensino básico

País gasta menos da metade do que nação desenvolvida no ensino básico País gasta menos da metade do que nação desenvolvida no ensino básico País gasta menos da metade do que nação desenvolvida no ensino básico País gasta menos da metade do que nação desenvolvida no ensino básico

São Paulo – O Brasil gasta menos da metade do que gastam os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com o ensino fundamental. Por outro lado, as despesas do País no ensino superior se assemelham a de alguns países europeus, como Portugal e Espanha.

O relatório “Education at a Glance” (Um olhar sobre a educação), divulgado nesta terça-feira, 12, pela OCDE, analisou a situação de 35 países membros da entidade e de outras dez economias, como Brasil e Argentina. Os dados analisados se referem a 2014 e 2015 e não refletem, em relação a anos anteriores, os efeitos da crise econômica no Brasil.

Segundo o estudo, o governo federal paga US$ 3,8 mil por ano por aluno para os primeiras séries do ensino fundamental (1º ao 5.º ano), enquanto a média da OCDE é de US$ 8,7 mil.

Já com o ensino superior, o valor mais do que triplica: US$ 11,7 mil por ano. O valor é próximo do pago, por exemplo, em Portugal (US$ 11.813) e Espanha (US$ 12.489). A média geral da OCDE é de US$ 16.143.

Mesmo com o custo elevado, o índice de brasileiros que chegam à universidade ainda é baixo. O acesso ao ensino superior avançou no Brasil, mas ainda está abaixo da média. Somente 15% dos adultos (25-64 anos) chegam a esta etapa do ensino, abaixo de países como Argentina (21%), Chile (22%), Colômbia (22%) e Costa Rica (23%. Por outro lado, o País está à frente de outros emergentes, como China (10%), Índia (11%) e África do Sul (12%).

O relatório aponta também a desigualdade regional no acesso à universidade. Enquanto 35% dos jovens entre 25 e 34 anos chegam a esta etapa no Distrito Federal, só 7% a alcançam no Maranhão, por exemplo.

Por causa do baixo índice de aprovados, a diferença de salário entre quem faz faculdade e quem não faz é maior no Brasil do que em outros países: uma graduação pode render salário até 2,4 vezes maior no País, ante 1,5 na média da OCDE. Se o profissional tiver doutorado, a diferença é de 4,5 vezes – mais do que o dobro da OCDE (2).

Outros dados

O relatório aponta ainda que metade dos brasileiros adultos (entre 25 e 64 anos) não concluiu o ensino médio. O número é mais do que o dobro em relação à média (22%) dos países da OCDE. Além disso, 17% não terminaram nem mesmo o ensino fundamental, ante 2% na média da entidade.

De acordo com o documento, o Brasil tem uma das piores médias entre os países avaliados, atrás apenas da Índia, “enquanto na maioria dos países da OCDE e parceiros há apenas 5% dos adultos sem atingir a educação primária (ensino fundamental)”. Além da dificuldade de acesso, parte dos alunos não consegue concluir a etapa na idade certa. Só 53% dos adolescentes de 15 anos chegam ao ensino médio – com 34% deles ainda no ensino fundamental. Na média da OCDE, 90% entre 15 e 17 anos já chegam a esta etapa.

Procurado, o Ministério da Educação destacou que a atual gestão “desde que assumiu buscou o equilíbrio entre os investimentos e reverteu a tendência de queda na educação básica”. “De 2016 para 2017 houve um aumento do investimento na educação básica, atingindo R$ 56,3 bilhões em 2017.” O MEC ressaltou que os dados corroboram a necessidade de implementar a atual reforma do ensino médio e está implementando “a política de fomento da Escola em Tempo Integral”, com investimento de R$ 1,5 bilhão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.