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Papa Francisco cria comissão para analisar casos de pedofilia cometidos por sacerdotes

Caberá ainda ao mesmo grupo, que será formado por sete bispos e cardeais, a tarefa de examinar os delitos contra a Eucaristia e os crimes contra a penitência

Papa Francisco cria comissão para analisar casos de pedofilia cometidos por sacerdotes Papa Francisco cria comissão para analisar casos de pedofilia cometidos por sacerdotes Papa Francisco cria comissão para analisar casos de pedofilia cometidos por sacerdotes Papa Francisco cria comissão para analisar casos de pedofilia cometidos por sacerdotes

São Paulo – O papa Francisco criou uma comissão na Congregação para a Doutrina da Fé para cuidar, depois da avaliação dos bispos locais, dos recursos envolvendo casos de pedofilia. O grupo vai analisar os chamados “delicta graviora”, os delitos mais graves cometidos por sacerdotes. Na lista, está o crime “contra o sexto mandamento do decálogo cometido por um clérigo com um menor de 18 anos”. O sexto mandamento define o pecado contra a castidade.

Caberá ainda ao mesmo grupo, que será formado por sete bispos e cardeais, a tarefa de examinar os delitos contra a Eucaristia – como o uso da hóstia em rituais de magia – e os crimes contra a penitência. Nesse caso, estão a violação do sigilo da confissão, a absolvição do cúmplice no pecado contra a castidade e a solicitação – a conduta do clérigo que, por ocasião da confissão, pede para si favores sexuais.

De acordo com o documento assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o grande número de recursos e a necessidade de garantir um exame rápido dos processos levaram o papa, após “reflexão profunda”, a decidir pela instituição do novo órgão. O presidente e os membros do novo colégio serão indicados por Francisco.

De acordo com o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, chegam a Roma quatro ou cinco desses casos por mês. Os casos envolvendo bispos continuarão sendo analisados pela Seção Ordinária da Congregação, assim como outros casos particulares, segundo a decisão do papa. O novo colégio deve informar suas decisões periodicamente à Seção Ordinária. A decisão foi publicada ontem pela Secretaria de Estado do Vaticano.

Na semana passada, o papa Francisco determinou a privação do exercício do ministério clerical ao sacerdote argentino José Mercau, condenado a 14 anos de prisão por abusar sexualmente de quatro menores quando era pároco de San Juan Bautista, na cidade de Ricardo Rojas, na província de Buenos Aires – diocese de San Isidro. Na ocasião, a diocese divulgou comunicado confirmando que “o Santo Padre decretou a renúncia do presbítero José Mercau do estado clerical”. “Por este decreto, Mercau perdeu automaticamente os direitos próprios do estado clerical, ficando privado de todo o exercício do ministério sacerdotal”, explicou o documento, assinado pelo porta-voz da diocese, Máximo Jurcinovic.

O caso de Mercau, denunciado em 2005, tinha se tornado escândalo na Argentina. Em dezembro do ano passado, a diocese de San Isidro divulgou um pedido público de perdão pela ocorrência. O padre admitiu sua culpa em 2011, em julgamento. Em setembro de 2014, a defesa pediu liberdade provisória – o que foi negado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.