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Para oposição, projeto de eleição direta de subprefeitos 'não passa'

Para oposição, projeto de eleição direta de subprefeitos ‘não passa’ Para oposição, projeto de eleição direta de subprefeitos ‘não passa’ Para oposição, projeto de eleição direta de subprefeitos ‘não passa’ Para oposição, projeto de eleição direta de subprefeitos ‘não passa’

São Paulo – Vereadores da base aliada e da oposição ouvidos pela reportagem fizeram críticas à proposta do prefeito, enviada na quarta-feira, 6, à Câmara Municipal. Tudo indica que Haddad enfrentará dificuldades para aprová-la.

José Américo, atual secretário municipal de Relações Governamentais e presidente da Câmara até 2013, disse que já procurou vereadores em busca de apoio ao projeto de Haddad. “Tenho conversado com vereadores que são simpáticos à ideia. Mas alguns têm dúvidas”, admitiu.

Segundo Adilson Amadeu (PTB), o projeto tem “zero chance” de ser aprovado ainda na atual gestão. “Isso não vai dar certo. E não existe chance de passar”, afirmou.

Para Amadeu, as 32 subprefeituras estão “sem estrutura nenhuma” e deveriam ser administradas pela iniciativa privada. “Dá para um consórcio administrar, que vai fazer melhor para o bairro. Aí acaba com a bagunça”, disse.

Factoide

De acordo com o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), que foi subprefeito da Sé na gestão José Serra, também tucano, a proposta é um “factoide” que tem como objetivo criar uma cortina de fumaça para os problemas da gestão de Haddad. “É uma forma de querer justificar a inépcia. Em vez disso, o prefeito deveria escolher melhor os subprefeitos, dar autonomia de verdade e cobrar resultados. É uma ideia sem pé nem cabeça, uma manobra diversionista”, afirmou. “Imagine o custo disso para a cidade de São Paulo”, completou o tucano.

A Prefeitura ainda não tem previsão de gastos com a eleição direta. Por enquanto, o que se sabe é que o orçamento dos subprefeitos, segundo Haddad, dependerá de aprovação da Câmara Municipal.

Ele admitiu também que as eleições diretas podem reduzir a ação dos vereadores nas subprefeituras. Segundo ele, hoje os parlamentares são cobrados por questões que dizem respeito ao Executivo. O prefeito afirmou que esse “jogo de pressão” entre vereadores e subprefeitos “às vezes desestabiliza” a atuação das regionais.

Em conversas reservadas, até vereadores de partidos que integram a base aliada na Câmara contestam a ideia. Para eles, Haddad tenta, com a medida, justificar a política de reduções orçamentárias, centralização de recursos e corte de prerrogativas das subprefeituras nos últimos anos.

Tanto para a oposição quanto para aliados, a aprovação do projeto na Câmara será muito difícil. “Isso não passa de jeito nenhum”, disse Matarazzo.

Funções

O vereador Paulo Fiorilo, presidente do diretório municipal do PT, defende que a discussão vá além do método de escolha dos subprefeitos. “É preciso discutir, além da eleição, quais serão exatamente as funções das subprefeituras”, disse ele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.