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Portaria do MME formaliza paralisação de exploração mineral em reserva

Portaria do MME formaliza paralisação de exploração mineral em reserva Portaria do MME formaliza paralisação de exploração mineral em reserva Portaria do MME formaliza paralisação de exploração mineral em reserva Portaria do MME formaliza paralisação de exploração mineral em reserva

Brasília – O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 5, portaria que formaliza a determinação de paralisação de todos os procedimentos relativos à atividade de mineradoras na Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), localizada entre o Pará e o Amapá. A suspensão dos trabalhos foi anunciada pelo governo na semana passada depois de grande polêmica envolvendo a extinção, por decreto, da reserva.

Em nota, o MME informou que, “a partir de agora o ministério dará início a um amplo debate com a sociedade sobre as alternativas para a proteção da região. Inclusive propondo medidas de curto prazo que coíbam atividades ilegais em curso”.

Este foi o primeiro recuo do governo em relação ao tema. No início da semana passada, o Palácio do Planalto tentou criar uma cortina de fumaça reeditando o decreto, mas não mudou efetivamente nada do texto.

O debate sobre a Renca tem sido prejudicado por uma série de informações equivocadas, como a que dava a ideia de que as reservas ambientais da região seriam o alvo da mineração, quando isso já é proibido por lei e não era alvo do decreto inicial.

O MME, no entanto, reconhece que a decisão foi tomada após as “legítimas manifestações da sociedade e a necessidade de esclarecer e discutir as condições que levaram à decisão de extinção da Renca”.

Segundo a nota, em 120 dias o ministério irá apresentar ao governo e à sociedade as conclusões do debate e as “eventuais medidas de promoção do seu desenvolvimento sustentável” para a região.

Apesar da suspensão, o governo dá sinais de que não vai desistir de levar projetos da área de mineração para a região e, diante dessa sinalização, entidades da sociedade civil continuam pressionando para que o decreto seja completamente revogado.

Além dos protestos, a questão foi judicializada. Na semana passada, o juiz federal Rolando Spanholo, da 21ª Vara do Distrito Federal, suspendeu o decreto que extinguia a Renca. O PSOL também entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal para que a Corte reconheça a ilegalidade do decreto de Temer.

A Renca foi criada em 1984, durante o regime militar, e possui uma área de 46.450 km2 – tamanho equivalente ao do Espírito Santo -, na divisa entre Pará e Amapá. A região possui reservas minerais de ouro, ferro e cobre.