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Pregão não será homologado antes de parecer, diz Haddad

Pregão não será homologado antes de parecer, diz Haddad Pregão não será homologado antes de parecer, diz Haddad Pregão não será homologado antes de parecer, diz Haddad Pregão não será homologado antes de parecer, diz Haddad

São Paulo – O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou na manhã desta terça-feira, 5, que não homologará o pregão para a contratação de serviços de limpeza e conservação de escolas municipais e Centros Educacionais Unificados (CEUs) enquanto a Controladoria-Geral do Município não apresentar um parecer final sobre o caso e disse que o contrato de limpezas provavelmente seja renovado de forma emergencial. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso ao resultado 11 dias antes da divulgação no Diário Oficial da Cidade.

“Elas (as empresas) estão em averiguação. Neste momento, o que eu posso dizer é que vão ser investigadas, vão ser chamadas para se explicar”, declarou Haddad. “Já está na mão do controlador, que vai avaliar como ele caracteriza o delito.”

Segundo o prefeito, as companhias podem sofrer quebra de sigilo bancário e telefônico e, se provada a irregularidade, poderão ser penalizadas pela Lei Anticorrupção e ter desconto de 20% no faturamento. “Com a lei de combate à corrupção federal, nós podemos impor penas muito severas às empresas que tentem prejudicar o interesse público se organizando, por exemplo, como cartel.”

Ainda de acordo com o prefeito, para que a investigação tenha um resultado efetivo, o ideal é que o denunciante se apresente à Controladoria e dê detalhes da possível fraude, como envolvidos, locais e horários das reuniões. Haddad garantiu que a identidade da pessoa será preservada. “Na máfia dos fiscais, nós contamos com testemunhas que mantiveram o anonimato. Essas testemunhas foram fundamentais para o juiz concluir que deveria quebrar o sigilo das pessoas envolvidas.”

Prioridade

O controlador-geral do Município, Mário Vinicius Spinelli, afirmou na manhã desta terça-feira que o órgão vai dar total prioridade à investigação de possível formação de cartel no pregão para a contratação de serviços de limpeza e conservação das escolas e dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) municipais.

“Vamos dar total prioridade à busca de indícios. É um serviço essencial, as escolas não podem ficar sem”, disse. Se confirmadas as suspeitas, o pregão deverá ser suspenso.

A Controladoria não descarta a participação de funcionários públicos, mas dará prioridade à observação do comportamento das empresas. A análise da licitação teve início pela manhã desta terça-feira, quando o órgão recebeu o processo da Secretaria Municipal de Educação. Será avaliado, por exemplo, o comportamento no curso do pregão, para verificar se houve acordo ou combinação prévia. “A identificação de cartel é complexa, não é uma análise trivial”, disse Spinelli.

Caso haja suspensão do pregão, a Secretaria Municipal de Educação poderá solicitar contratação emergencial das empresas de limpeza e conservação, por ser um serviço essencial. A pasta disse que vai se posicionar sobre o assunto após retorno da Controladoria.

Cada empresa poderá arcar com multa de até 20% do faturamento bruto anual. Procuradas na segunda-feira, 5, apenas a Tejofran respondeu à reportagem, dizendo que a empresa não teve “qualquer prática anticoncorrencial”. A nota ainda afirmou que, durante a sessão do pregão eletrônico, os concorrentes “não sabem de quem são os lances nem quem participa”.

Denúncia

O Estado recebeu uma denúncia anônima por telefone e e-mail sobre o resultado do pregão de número 23 da Secretaria Municipal de Educação antes da publicação no Diário Oficial da Cidade. Na mensagem, a reportagem foi informada sobre o nome de todas as empresas que venceriam a disputa. A ordem de 7 dos 18 lotes ainda foi informada corretamente – nos itens 1, 6, 7, 8, 11, 12 e 14. A fonte anônima afirmou ainda que o resultado do pregão foi combinado entre os vencedores.

No mesmo dia da ligação, as informações foram registradas em cartório e denunciadas ao Ministério Público Estadual. A Controladoria ainda pode oficiar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), além do MP.