ARTIGO | Cooperativismo: identidade que transparece nas marcas

Por Carlos André Santos de Oliveira

Diretor-executivo do Sistema OCB/ES e vice-presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/ES 

Competir, vender e lucrar. Essa é a lógica mais básica e tradicional do mercado. No entanto o comércio e o consumo predatórios já não fazem sentido para uma sociedade que clama por negócios sustentáveis, mais humanos e guiados por propósitos coerentes. Nesse contexto, a solução é equilibrar interesses econômicos, sociais e ambientais, e o cooperativismo se encaixa perfeitamente nessa descrição.

As cooperativas criam empregos justos, geram impactos positivos nas comunidades onde atuam e produzem com responsabilidade ambiental. Seus negócios são administrados de forma coletiva e descentralizada e suas sobras (lucro, no jargão cooperativista) são divididas entre todos aqueles que contribuíram para alcançá-las. Tudo isso só é possível porque o cooperativismo se preocupa com a viabilidade econômica do negócio sem se esquecer de abraçar os valores e anseios das pessoas.

Marcas que querem ganhar a confiança, o respeito e a admiração dos consumidores precisam se guiar por princípios fortes e honestos, e as cooperativas possuem isso em sua essência. Muito mais que entregar produtos e serviços de qualidade, elas se preocupam com o processo de produção e com a forma como as pessoas são envolvidas em cada atividade que desenvolvem. E esse interesse é genuíno, integra a identidade cooperativista.

Os negócios de uma cooperativa não são um fim em si mesmo, mas um meio de proporcionar melhores condições de vida para um conjunto de indivíduos. Por isso, esse modelo econômico coloca em primeiro lugar as pessoas e suas necessidades, pois elas são a base e a razão de ser das cooperativas.

Pensar no viés econômico, com lógica e estratégia, é extremamente fundamental para garantir a perenidade de um negócio, e isso ocorre no cooperativismo. Contudo, para ter sucesso no mercado, também é importante se conectar aos sentimentos das pessoas, conquistando suas mentes e seus corações. Daí o protagonismo que elas têm no cooperativismo.

Isso explica como o coop consegue se destacar tão bem pelo seu desempenho econômico e, ao mesmo tempo, pelos benefícios que proporciona para a sociedade. Não se trata de chegar ao topo a qualquer custo, mas de trilhar caminhos que inspirem o maior número possível de indivíduos a seguirem em frente, juntos.

Estar entre as marcas mais lembradas pelos consumidores é uma ótima maneira de avaliar o sucesso de um negócio. E entender quais sentimentos elas despertam é vital para criar associações positivas. Tocar e encantar as pessoas é o que move o cooperativismo, e é essa máxima que tem levado o modelo de negócio rumo ao topo.