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Presidente de Israel diz que protestos de etíopes expõem "feridas" do país

Presidente de Israel diz que protestos de etíopes expõem “feridas” do país Presidente de Israel diz que protestos de etíopes expõem “feridas” do país Presidente de Israel diz que protestos de etíopes expõem “feridas” do país Presidente de Israel diz que protestos de etíopes expõem “feridas” do país

Jerusalém – O presidente de Israel, Reuven Rivlin, disse que os violentos protestos envolvendo os judeus etíopes haviam “exposto uma ferida aberta, sangrando no coração da sociedade israelense” e que o país deveria responder a isso. Detentor do cargo apenas cerimonial, Rivlin falou após milhares de manifestantes etíopes entrarem em confronto com a polícia em Tel-Aviv, em uma cena sem precedentes de distúrbios e descontentamento. Os confrontos refletem a frustração disseminada na comunidade etíope, que chegou há três décadas a Israel, mas tornou-se uma “subclasse”, enfrentando a pobreza, a criminalidade e o desemprego.

Os israelenses etíopes já realizaram manifestações no passado, mas raramente elas haviam se tornado violentas, e nunca na escala dos distúrbios vistos no domingo. Os manifestantes fecharam uma importante rodovia de Tel-Aviv, lançaram pedras e garrafas contra policiais e viraram uma viatura. Eles foram dispersados com gás lacrimogêneo, jatos d’água e bombas de efeito moral. Mais de 60 pessoas ficaram feridas e 40 foram detidas.

O estopim dos protestos foi uma gravação mostrando um israelense etíope em uniforme do Exército apanhando de dois policiais na semana passada.

A violência pegou desprevenida boa parte do país, inclusive o governo. Rivlin disse que Israel estava vendo “a dor de uma comunidade excluída diante de um senso de discriminação, de racismo e de não ser ouvida”. “Nós devemos olhar diretamente para esta ferida aberta. Nós erramos. Não olhamos, e não ouvimos o suficiente”, afirmou. “Nós não somos estranhos um para o outro, somos irmãos e não devemos decair para um lugar no qual todos lamentaremos.”

Nesta terça-feira, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se reúne com o soldado etíope agredido por policiais israelenses e com líderes dessa comunidade.

Hoje, há 120 mil judeus vivendo em Israel, uma pequena minoria em um país de 8 milhões de pessoas. A absorção desse grupo, porém, tem sido problemática, com muitos chegando sem uma educação moderna e passando a sofrer com o desemprego e a pobreza, enquanto suas estruturas familiares se desintegram. Fonte: Associated Press.