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Procurador diz que confissões de capixaba que trabalhou no DOPS são verídicas

Em entrevista ao jornal online Folha Vitória, Guilherme Garcia Virgílio confirmou a denúncia feita no dia 24 de julho

Foto: Reprodução/YouTube

O ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), Cláudio Antônio Guerra, hoje com 79 anos, é capixaba. Ele teve o nome citado após a polêmica envolvendo o presidente da República Jair Bolsonaro e o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, por conta de um livro publicado em 2012 em que confessa ter incinerado pessoas durante o regime militar, incluindo o pai do mandatário da Ordem.

No dia 24 de julho, antes da polêmica, o procurador da República Guilherme Garcia Virgílio, pediu o cancelamento da aposentadoria do ex-delegado, por ocultação e destruição de 12 cadáveres entre 1973 e 1975.

Em entrevista ao Folha Vitória, o procurador confirma que as confissões de Cláudio Guerra são verídicas.

O livro “Memórias De Uma Guerra Suja” foi lançado em 2012 e o conteúdo foi citado recentemente após as declarações do presidente da República sobre Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. Por que somente sete anos após a publicação o ex-delegado recebe a denúncia?

Porque foi necessário investigar e coletar provas aptas a confirmar que as confissões inseridas no livro eram, de fato, verídicas, o que demanda tempo.

O que acontece agora?

O Juízo Federal analisará se receberá ou não a denúncia oferecida, o que deve ocorrer em breve, apesar de inexistir prazo legal para a prolação de tal decisão.

O ex-delegado Cláudio Guerra já foi notificado sobre a denúncia?

Somente será notificado se recebida a denúncia, diretamente pela Justiça Federal.

Familiares das vítimas citadas no livro serão chamadas?

Alguns dos familiares das vítimas foram indicados como testemunhas a serem ouvidas durante a instrução processual.

Outras declarações do livro serão levadas em consideração para novas denúncias?

Todas as declarações referentes a crimes praticados no município de Campos dos Goytacazes foram levadas em consideração, cabendo aos colegas lotados em outras Procuradorias da República atuarem, se assim entenderem, em relação aos demais fatos criminosos mencionados e praticados em outros municípios.