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Procurador municipal de Registro não admitia mulher na chefia, dizem promotores

Procurador municipal de Registro não admitia mulher na chefia, dizem promotores Procurador municipal de Registro não admitia mulher na chefia, dizem promotores Procurador municipal de Registro não admitia mulher na chefia, dizem promotores Procurador municipal de Registro não admitia mulher na chefia, dizem promotores

No âmbito das apurações que culminaram na denúncia contra o procurador municipal de Registro Demétrius Oliveira de Macedo, por tentativa de feminicídio da chefe Gabriela Samadello Monteiro, testemunhas relataram ao Ministério Público que o agressor, agora réu, apresentava um ‘comportamento diferente do acusado em relação às mulheres com quem ele trabalhava’.

Segundo os promotores Daniel Godinho e Ronaldo Muniz, que subscrevem a acusação contra Demétrius, havia um comportamento diverso nas ocasiões em que o procurador estava sob chefia de mulheres, que não era o mesmo ao apresentado quando estava sob chefia masculina.

Preso preventivamente desde o dia 23, Demétrius responde não só por tentativa de feminicídio, mas também por injúria e coação no curso do processo. O juiz Raphael Ernane Neves, da 1ª Vara de Registro, aceitou a denúncia oferecida pelos promotores Daniel Godinho e Ronaldo Muniz na terça-feira, 28, e desde então foi aberto prazo de dez dias para aos advogados do procurador apresentarem a defesa.

Há uma expectativa dos promotores de que seja realizada uma audiência preliminar em dois ou três meses e que o caso possa ser levado ao Tribunal do Júri em cerca de um ano.

De acordo com as investigações, o procurador passava a não querer receber ordens, acatar as ordens, e ‘ficava contrariado de estar sendo chefiado por uma mulher’. Os promotores indicam ainda que, no âmbito do procedimento interno que teria sido o estopim para as agressões dentro da prefeitura, registradas em vídeo no último dia 20, é mencionado um caso de um desacato que o procurador teria praticado contra a chefe.

“Algo assim, de palavras duras, de não querer cumprir algumas funções. Não só quanto à vítima nesse caso, mas quanto a outras mulheres que falam abertamente: quando se tratava de um homem ocupando essa posição de destaque o comportamento era totalmente diferente, de acatar ordem, fazer o trabalho da forma como era pedida, de entregar aquilo que se espera. Quando uma mulher ocupava esse cargo o comportamento se alterava para esse comportamento de enfrentamento, de não se conformar de estar numa posição em que uma mulher ocupa um cargo de superioridade hierárquica”, relatou o promotor Daniel Godinho.