Uma aluna e uma professora da Escola Estadual Irineu Morello, do interior do Espírito Santo, podem trazer a medalha de ouro da 6º edição da Olimpíada de Língua Portuguesa para terras capixabas.
Com o artigo de opinião intitulado “Amanheceu, por que ainda está escuro?”, a aluna Tailane da Rocha de Sousa, sob orientação da professora Fernanda Ferreira Moronari Leonardelli, expôs uma realidade que afeta os moradores de Governador Lindenberg: a secagem do café.
Segundo a professora, muitos agricultores do município não respeitam as leis ambientais e fazem queimada desordenada da palha do café. “A fumaça gerada pela queima, junto com a serração, impossibilita o tráfego pela manhã, além de causar aumento em 300%, das doenças crônicas respiratórias. Quando a gente acorda, o céu ainda está escuro. Principalmente na época de outono”.
O trabalho, que concorre a medalha de ouro da olimpíada, começou a ser desenvolvido no mês de julho, no retorno das férias escolares. A primeira etapa foi interna, concorrendo com outros trabalhos produzidos na escola. A segunda fase foi a nível municipal, depois estadual e, por fim, regional. Outros quatro alunos da região Sudeste estão concorrendo, mas Tailane e Fernanda são as únicas representantes do Espírito Santo.
Aluna e professora estiveram em São Paulo e participaram de uma série de oficinas relacionadas ao tema do evento. Elas retornam para o estado nesta quarta-feira (20) e voltam para São Paulo no dia 9 de dezembro, quando acontece a premiação.
Prêmio sem apoio do MEC
Fernanda relatou também que, nesta edição da olimpíada, o Ministério da Educação não prestou apoio ao evento. “Esse ano, tudo está sendo diferente. Tanto que é a primeira vez que o evento acontece em São Paulo. Todas as edições anteriores aconteceram em Brasília e contaram com apoio e participação de autoridades relacionadas à Educação”.
De acordo com a professora, a 6ª edição do evento acontece por iniciativa de organizações não governamentais, sem qualquer apoio do Governo Federal. A reportagem fez contato com o MEC, solicitando um posicionamento sobre a afirmação da professora. Até o fechamento da matéria, o Ministério não respondeu os questionamentos.