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Projeto adia em 20 anos meta de ônibus limpos em São Paulo

Projeto adia em 20 anos meta de ônibus limpos em São Paulo Projeto adia em 20 anos meta de ônibus limpos em São Paulo Projeto adia em 20 anos meta de ônibus limpos em São Paulo Projeto adia em 20 anos meta de ônibus limpos em São Paulo

São Paulo – Um projeto de lei colocado para votação nesta quarta-feira, 17, na Câmara Municipal adia em 20 anos a renovação da frota de transporte público de São Paulo para rodar com combustíveis limpos. A proposta do vereador Milton Leite (DEM), presidente da Casa, altera um artigo da Lei Municipal de Mudanças Climáticas cuja meta era, até o ano que vem, ter todos os ônibus da cidade movidos a combustíveis renováveis, ou seja, não fósseis.

A lei, de 2009, que estabelecia a redução de 30% nas emissões de gases de efeito estufa da capital, tinha como um dos principais pilares a renovação da frota, que não ocorreu ao longo das duas gestões passadas no ritmo que deveria. A meta não seria cumprida no ano que vem de todo modo e as Secretarias do Verde e Meio Ambiente e de Transportes vinham estudando um novo cronograma.

No começo do mês, em meio às discussões sobre a nova licitação dos transportes em São Paulo, Leite apresentou o projeto que define que somente a partir de 2020 a frota deve começar a ser renovada com veículos com tecnologia capaz de usar biodiesel B100, ou seja, sem mistura, 100% a biodiesel. Pelo cronograma, em 2037 a frota terá pelo menos 7.125 ônibus assim, além de 1.500 veículos elétricos. O PL não estabelece quanto isso representaria da frota total, mas, mantidos os números atuais de cerca de 14.700 ônibus, o transporte limpo representaria cerca de 58%. O texto não deixa muito claro, mas deixa a entender que o restante da frota continuaria funcionando com combustíveis fósseis, como diesel, com um acréscimo de apenas 20% de biodiesel.

Além de ser um forte emissor de gás carbônico, o principal gás de efeito estufa, que provoca o aquecimento global, o diesel também é fonte de material particulado, que causa danos à saúde. Estudo feito pelo Greenpeace com o Instituto Saúde e Sustentabilidade calculou que poderiam ocorrem cerca de 178 mil mortes na capital até 2050 com a manutenção do diesel. “Todos os novos ônibus que entrarem na frota já deveriam chegar movidos 100% a fontes renováveis”, defende Davi de Souza Martins, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

Prefeitura

O secretário do Verde, Gilberto Natalini, disse que foi surpreendido pelo PL. “Essa extensão até 2037 é extremamente longa para a cidade, tanto do ponto de vista dos gases de efeito estufa quanto dos poluentes”, lamentou. Ele disse que vem debatendo com a Secretaria de Transportes uma proposta de estender o prazo de renovação da frota em dez anos, com uma meta de redução das emissões de gases de efeito estufa em 10% ao ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.