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Promotoria do RS busca indenização coletiva pelo assassinato de João Alberto

A promotora responsável pelas apurações é Gisele Müller Monteiro, que já notificou o Carrefour para que se manifeste sobre políticas de direitos humanos

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Foto: Reprodução/Facebook

Além das investigações criminais sobre o assassinato de João Alberto Freitas, a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre instaurou nesta terça-feira, 24, dois inquéritos civis relacionados à morte do homem negro de 40 anos que foi espancado por dois homens brancos em uma unidade do Carrefour na capital do Rio Grande do Sul: um para buscar reparação pelo dano moral coletivo e outro para investigar a política de direitos humanos no supermercado.

A promotora responsável pelas apurações é Gisele Müller Monteiro, que já notificou o Carrefour para que se manifeste sobre políticas de direitos humanos, que já existem e que o supermercado vai adotar. A empresa tem dez dias para manifestação quanto a esses pontos.

“Essa questão da política de direitos humanos visando atingir qualquer tipo de preconceito, discriminação ou intolerância, é com relação aos funcionários, colaboradores e aos clientes consumidores. É com relação a todos”, indica Gisele.

Até o momento, três pessoas já foram presas por envolvimento no assassinato de João Alberto Freitas: a fiscal do Carrefour Adriana Alves, que filmou as agressões de perto e ameaçou uma testemunha, e os dois seguranças Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges, que foram flagrados espancando o homem negro até a morte.

Inquéritos sobre fiscalização de empresas de segurança

O Ministério Público Federal também abriu investigações em razão da morte de João Alberto. A Procuradoria no Rio Grande do Sul vai apurar o funcionamento de mecanismos de fiscalização da Polícia Federal em face de empresas de segurança privada, ‘a fim de enfrentar o racismo estrutural e casos de discriminação e racismo, bem como seus reflexos concretos’.

Os procuradores do Rio de Janeiro também abriram investigação sobre medidas adotadas pela PF e também por supermercados, shopping centers e bancos quanto ao enfrentamento do racismo estrutural nos serviços de vigilância. O MPF fluminense indicou ainda que o inquérito não mira somente o caso de Beto Freitas, mas casos semelhantes ocorridos em São Paulo, Rio de Janeiro e Maceió.

COM A PALAVRA, O CARREFOUR

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com a assessoria de imprensa do grupo, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.