Quatro meses após tragédia em morro de VV, famílias ainda aguardam pela conclusão das obras

No próximo dia 1º de maio completam quatro meses que uma pedra rolou e destruiu casas no Morro da Boa Vista, Vila Velha. Na ocasião, cerca de 108 famílias ficaram desalojadas, totalizando 392 pessoas. Outras 10 pessoas foram socorridas com ferimentos.

Desde então, a prefeitura realiza uma obra para conter novos deslizamentos na região. De acordo com o secretário municipal de Drenagem e Saneamento, Paulo Maurício Ferrari, mais de 70% da obra já foi concluída.

“No final de janeiro foi firmado o contrato com a empresa que realiza a obra. Cerca de 70% dos trabalhos já foram executados. A previsão é que tudo esteja pronto em junho”, informou o secretário.

Por causa do acidente, várias famílias tiveram que deixar suas casas. Segundo a prefeitura, 52 estão recebendo aluguel social e 32 famílias estão com o processo em andamento normalmente para receber o mês de abril. Outras 14 estão com pendência de documentos, e outras 6 estão em análise.

A presidente da Associação de moradores do Bairro São Torquato, onde fica o Morro da Boa Vista, Patrícia Crizanto, disse que os moradores têm recebido orientações dos defensores públicos.

“Na última segunda-feira (25) tivemos reunião no Ministério Público, e algumas famílias ainda estão com pendências na entrega das documentações. Mas as famílias têm recebido atenção constante dos defensores”, informou.

Obras

De acordo com a prefeitura de Vila Velha foram gastos na obra cerca de R$ 8,5 milhões. Já foram construídos 38 contrafortes, que é uma espécie de pilastra de concreto, e outros 25 ainda serão erguidos. Outros três muros de concretos também já foram finalizados, assim como a demolição das pedras maiores que estavam soltas. 

Para Paulo Maurício Ferrari, as obras devem ficar prontas antes do prazo estabelecido no contrato. “Nós trabalhamos com o prazo de 180 dias para concluir a obra, mas esperamos que ela fique pronta antes desse período, já que estamos bem adiantados”, informou o secretário.

A prefeitura estima que algumas dessas famílias possam retornar para suas casas assim que a obra de contenção das rochas acabar. A presidente da Associação de moradores, Patrícia Crizanto, informou que algumas pessoas já retornaram para suas residências, mesmo sabendo o risco que correm.

“A maioria tem medo, muitas crianças ainda choram quanto lembram o que aconteceu, mesmo assim algumas famílias decidiram voltar”, disse.