Por conta da greve dos petroleiros que acontece em todo o Brasil, no Espírito Santo quatro unidades da Petrobras estão com as atividades paradas. De acordo com Felipe Homero Pontes, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES), as unidades são responsáveis por ativos produtivos e logísticos, mas a produção não trará impactos para o Estado.
“Estamos em uma manifestação em solidariedade aos caminhoneiros, que iniciaram os debates. Estamos ampliando esse debate, por isso era greve de solidariedade e advertência. Nossa intenção não é prejudicar”, informou o diretor do Sindipetro-ES.
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Mesmo com a liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST), eles decidiram manter o movimento. Para Homero, a categoria não entende que essa paralisação é ilegal. “Uma greve não pode ser ilegal sem antes estar deflagrada. E foi isso que aconteceu. O certo seria ela ser deflagrada, a categoria receber um comunicado e realizar uma assembleia. Não é uma greve de ajuste salarial”, destacou.
Manifestação
Os petroleiros do Espírito Santo realizaram uma manifestação em frente à sede da Petrobras, na Avenida Reta da Penha, em Vitória. Com faixas erguidas na escadaria do prédio, eles pediram a não privatização da estatal. A categoria está em greve por 72 horas e a paralisação, que teve início nesta quarta-feira (30) e segue até a noite da próxima sexta-feira (1), também acontece em outros estados brasileiros.
De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES), é uma greve nacional de advertência. Os petroleiros exigem a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, através de mudanças na política de reajuste de derivados da Petrobras, com retomada da produção das refinarias a plena carga e o fim das importações de derivados.
Eles também pedem que a estatal não seja privatizada e a saída imediata do presidente Pedro Parente, que, com o aval do governo Michel Temer, mergulhou o país numa crise sem precedentes.
Impactos
O diretor executivo da Petrobras, Nelson Luiz Silva, disse nesta quarta-feira (30) que a paralisação dos petroleiros por 72 horas não terá impactos na produção de combustível no país. “Estamos observando e trabalhando para evitar qualquer impacto na produção”, disse a empresários, durante participação no Fórum de Investimentos Brasil 2018, na capital paulista.
Para Silva, a greve dos petroleiros tem caráter político. A categoria protesta contra a política de preços da Petrobras, a gestão estatal e os valores cobrados no gás de cozinha e nos combustíveis.
Veja o que querem os petroleiros:
• Redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis;
• Manutenção dos empregos e retomada da produção das refinarias a plena carga;
• Fim das importações de derivados de petróleo;
• Não às privatizações e ao desmonte do Sistema Petrobrás;
• Saída de Pedro Parente do comando da Petrobrás.
Decisão da Justiça
A ministra do TST, Maria de Assis Calsing, concedeu uma liminar na noite de terça-feira (29) que proibia a greve dos petroleiros. Segundo a decisão, esta greve é ilegal. A liminar foi concedida a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).
Para a AGU, a greve vai trazer prejuízos gravíssimos dentro do cenário de desabastecimento que o país se encontra por causa da greve dos caminhoneiros. A AGU considera que a greve tem potencial para prejudicar o abastecimento do mercado interno de gás natural, petróleo e seus derivados.
A ministra determinou que os sindicatos dos grevistas paguem R$ 500 mil por dia pelo descumprimento da decisão judicial. Os petroleiros também não podem travar o trânsito de mercadorias e pessoas nas refinarias.
Outros estados
Pelo balanço da Federação Única dos Petroleiros (FUP), os trabalhadores cruzaram os braços nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).
A FUP informou que não houve troca dos turnos da 0h nos terminais de Suape (PE) e de Paranaguá (PR). Segundo a federação, na Bacia de Campo os trabalhadores também aderiram à paralisação em diversas plataformas.
Com informações do R7 e Agência Brasil.
