Geral

Recurso apresentado pela Vale deixa capixaba ainda mais sem esperança de se livrar do pó preto

Mineradora apresentou um recurso à Justiça Federal para que não seja obrigada a tomar providências para reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e no oceano

Recurso apresentado pela Vale deixa capixaba ainda mais sem esperança de se livrar do pó preto Recurso apresentado pela Vale deixa capixaba ainda mais sem esperança de se livrar do pó preto Recurso apresentado pela Vale deixa capixaba ainda mais sem esperança de se livrar do pó preto Recurso apresentado pela Vale deixa capixaba ainda mais sem esperança de se livrar do pó preto
Vale apresentou recurso para não ser obrigada a adotar medidas que reduzam a poluição no ar e no mar de Vitória Foto: TV Vitória

O recurso apresentado pela Vale à Justiça Federal, para não precisar cumprir as exigências feitas pelo próprio judiciário, deixou a população da Grande Vitória ainda mais sem esperança de ter uma qualidade de ar mais favorável, sem a presença do famoso “pó preto”, que há décadas vem incomodando o capixaba. 

No último dia 21, a Polícia Federal interditou o Complexo Portuário de Tubarão, administrado pela Vale. Com isso, foram suspensos o embarque e desembarque de minério e carvão na unidade. 

No entanto, quatro dias depois a liminar foi suspensa e o porto voltou a operar. Desde então, a mineradora tem realizado suas atividades normalmente no local.

Entretanto, a decisão do juiz federal Vigdor Teitel, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), estabeleceu um prazo de 60 dias para que a Vale tomasse providências para reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e no oceano. A empresa, por sua vez, entrou com uma ação na Justiça para que não seja obrigada a cumprir essas medidas.

No recurso apresentado, a Vale alega que as exigências são injustificadas, complicadas e caras. A decisão final será proferida pela própria Justiça Federal. Segundo o advogado Luiz Fernando Nogueira, fundador da Associação dos Amigos do Meio Ambiente (Anama), caso a Justiça defira o pedido da mineradora, dificilmente o capixaba se livrará do pó preto.

“Se ela [a Vale] recorre para não ser submetida a nenhuma limitação nessa poluição e não tem que fazer nenhuma mudança, significa que tudo vai continuar como está hoje”, lamenta.

Luiz, no entanto, ressalta que ainda tem esperanças de que o pó preto finalmente acabe um dia. “Num país civilizado, quem governa não são as pessoas, mas sim as leis. Eu não posso chegar na porta da Vale e jogar pó preto dentro do escritório dela, porque a lei proíbe que isso seja feito. Então ela também não pode jogar lixo na casa dos outros. A Vale vai ter que se adequar a essas mudanças que o Brasil está passando e a legalidade vai prevalecer, seja nesse processo ou em outro”, enfatizou.