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Reintegração do Parque Augusta tem princípio de confusão

Reintegração do Parque Augusta tem princípio de confusão Reintegração do Parque Augusta tem princípio de confusão Reintegração do Parque Augusta tem princípio de confusão Reintegração do Parque Augusta tem princípio de confusão

São Paulo – A reintegração de posse do Parque Augusta, na Consolação, região central da capital paulista, teve princípio de confusão e ao menos uma pessoa ficou ferida. O tumulto aconteceu no momento em que a Tropa de Choque da Polícia Militar se preparava para entrar no terreno ocupado, onde poucos manifestantes permaneciam, por volta das 7h20 desta quarta-feira, 4.

Usando escudos, a Tropa de Choque se dirigiu para entrada do parque pela calçada da Rua Marquês de Paranaguá. “Eu estava parada perto da porta, e o Choque entrou dando porrada”, conta Isabela Alzira, que sofreu ferimentos na perna direita.

Houve um princípio de tumulto e a maior parte dos manifestantes, que já estava do lado de fora do terreno, passou a gritar: “Sem violência! Sem violência!”. Durante a varredura, a PM encontrou quatro manifestantes em cima de uma árvore, dentro do parque. Por volta das 8h, eles estavam cercados por dezenas de policiais que negociavam a saída.

Acampados há 47 dias no terreno de 23,7 mil metros quadrados, entre a Rua Caio Prado e a Marquês de Paranaguá, os ativistas prometerem deixar o local pacificamente. Ainda de madrugada, quando houve programação cultural, parte do grupo, que segundo organizadores chegou a 3 mil pessoas, já havia saído.

Por volta das 5h30, quando chegaram o oficial de Justiça e policiais militares, um grupo remanescente, de cerca de 300 pessoas, permanecia na ocupação – ou “vigília criativa”, como preferem os manifestantes. Desses, a maioria foi para a rua, onde houve protesto.

Em faixas penduradas, era possível ler: “Por um Parque Augusta 100% público, 0% prédio”. O grupo também cantou músicas de protesto, como a paródia “Funk da especulação”. “Eu vou molhar a sua mão/Vou te botar lá de patrão/Vou bancar sua eleição/Então, aprova, aprova, aprova a construção”, diz a letra.

“A maior violência que a Polícia Militar poderia cometer é essa: fechar os portões do parque”, afirmou o músico Daniel Scandurra, de 26 anos, integrante do Organismo Parque Augusta.