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Rejeitos do Brumadinho não devem chegar ao São Francisco, diz Vale

Os metais pesados estão encapsulados e mais de 90% dos testes mostram que não houver contaminação, com os limite de metais pesados abaixo dos níveis de segurança

Rejeitos do Brumadinho não devem chegar ao São Francisco, diz Vale Rejeitos do Brumadinho não devem chegar ao São Francisco, diz Vale Rejeitos do Brumadinho não devem chegar ao São Francisco, diz Vale Rejeitos do Brumadinho não devem chegar ao São Francisco, diz Vale
Foto: Agência Brasil

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani Pires, garantiu nesta quinta-feira, 28, que a lama de Brumadinho não chegou a Usina Hidrelétrica de Três Marias. Segundo ele, como o reservatório da usina é muito grande, nenhum rejeito deverá ser carreado para o rio São Francisco.

O diretor reconheceu que há metais pesados nos rejeitos, mas frisou que a maior parte é composta por materiais da própria região.

Os metais pesados estão encapsulados e mais de 90% dos testes mostram que não houver contaminação, com os limite de metais pesados abaixo dos níveis de segurança, disse.

Descaracterização

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale informou que a estimativa de R$ 5 bilhões para descaracterização de barragens pode ser revista. Segundo ele, o custo final de descaracterização não será contabilizado como capex. “Será integralmente provisionado”, disse, em teleconferência para analistas.

A estimativa de R$ 5 bilhões foi apresentada três dias após a tragédia de Brumadinho, quando a mineradora informou que dez estruturas seriam totalmente suspensas e descaracterizadas. Todas foram construídas pelo método de alteamento à montante, o mesmo utilizado nas estruturas de Brumadinho e Mariana, que sucumbiram.

Indenizações

Siani Pires disse que o impacto da tragédia de Brumadinho sobre as contas da companhia começarão a aparecer no balanço do primeiro trimestre de 2019. “Vamos fazer estimativas e provisionar a partir do 1º trimestre”, comentou.

O balanço divulgado na noite de quarta-feira indica que as contas de 2019 já contam com impacto inicial negativo de até R$ 2,85 bilhões gerado por provisões para apenas duas ações judiciais. As primeiras estimativas constam do item “Contingências e outras questões legais” balanço anual.

Por enquanto, a maior dessas ações é a que envolve o governo federal, o Estado de Minas Gerais, Ministério Público e Defensoria Pública.

Nessa ação, a Vale diz que “estimou inicialmente que a obrigação assumida resultará em uma provisão entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões, a depender do número de beneficiários que serão cadastrados”. Outra ação mencionada é com o Ministério Público do Trabalho. Nesse caso, o impacto estimado é de cerca de R$ 850 milhões em 2019.