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Retirada de minério só pode ser feita após fim do esgoto na Praia de Camburi

Presidente do Iema reforçou a importância de se estabelecer medidas de compensação para Vitória, incluindo a criação de um parque e uma estação para promover educação ambiental

Retirada de minério só pode ser feita após fim do esgoto na Praia de Camburi Retirada de minério só pode ser feita após fim do esgoto na Praia de Camburi Retirada de minério só pode ser feita após fim do esgoto na Praia de Camburi Retirada de minério só pode ser feita após fim do esgoto na Praia de Camburi
Canal de Camburi precisa acabar com lançamento de esgoto Foto: Divulgação/Prefeitura

Os servidores do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) estiveram na manhã desta segunda-feira (21) na Câmara de Vitória e defenderam a interrupção do lançamento de esgoto vindo do canal de Camburi e da mesma forma a extinção do lançamento do esgoto in natura que chega à região.

A presidente do Iema, Sueli Tonini, e os técnicos Fernando Corleto e Claudio Dalle Olle foram ouvidos pelos vereadores Serjão Magalhães (PSB), que preside a Comissão Parlamentar de Inquérito do Passivo Ambiental de Camburi, Max da Mata (PSD), relator, e Wanderson Marinho (PRP).

Durante seus depoimentos na CPI foi destacada a necessidade de convocação da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) para falar sobre o esgoto in natura que chega na região.

A presidente do Iema reforçou a importância de se estabelecer medidas de compensação para Vitória, incluindo a criação de um parque e uma estação para promover educação ambiental e preservação das espécies, conscientizando.

“Esses rejeitos têm mais contaminantes que o próprio passivo e enquanto isso não for combatido, não adianta adotar medidas de capeamento ou remoção total do minério de ferro”, afirmou o técnico Fernando Corleto.

Para os servidores do Iema, a retirada do passivo ambiental seria uma medida adequada desde que acompanhada de uma imediata intervenção neste outro passivo, que também é fonte de poluição em Camburi.

Durante o debate, o vereador Max da Mata ressaltou a importância da Cesan e do Iema investirem na região metropolitana. “Sugiro que outros municípios adotem legislação semelhante à que temos em Vitória para cessar o lançamento de esgoto in natura no mar, estabelecendo meios de fiscalizar e multar quem não estiver com o seu imóvel interligado à rede”.

O técnico Fernando Carleto explicou que o minério está presente em uma área de 110 mil metros quadrados, em espessura que varia de 40 centímetros a um metro e meio, confinado na região Norte da Praia de Camburi, área de pouco dinamismo e areia fina. Ao todo, o volume é de 150 mil metros cúbicos de minério, composto por 50 mil metros cúbicos especificamente da substância, somada a outros sedimentos, como areia, que são impossíveis de se separar.

Para o técnico Claudio Dalle Olle, se a fonte de contaminação fosse unicamente o passivo de minério de ferro, a remoção realizada com a metodologia menos impactante poderia ser imediata. Porém, ressaltou a existência da poluição por fonte de esgoto que também é um problema que deve ser resolvido.

“Estou muito satisfeito com o andamento dos trabalhos desta CPI. Esses depoimentos têm sido muito elucidativos e acredito que estamos muito próximos de dar uma resposta para a sociedade para esse problema que já se arrasta há décadas. Sugiro aos órgãos ambientais que não incluam nessas medidas de compensação, a serem definidas, as que já foram previstas em outros processos de licenciamento da empresa poluidora”, afirmou o vereador Serjão Magalhães.

“Com o depoimento dessas pessoas, chega-se à conclusão de que a CPI vem em boa hora”, completou o vereador Wanderson Marinho.  

Em nota, a Cesan informou que atenderá a convocação quando for necessário. Mas esclarece que todos os bairros da região de Camburi possuem rede de coleta e tratamento de esgoto implantada. Conforme legislação federal, estadual e municipal vigente, os imóveis devem se ligar à rede disponibilizada. Enquanto isso não ocorrer, continuarão poluindo o rio e o mar. O poder de fiscalização e multa é da Prefeitura Municipal.