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Risco de processo contra ministro das Finanças gera cautela na África do Sul

Risco de processo contra ministro das Finanças gera cautela na África do Sul Risco de processo contra ministro das Finanças gera cautela na África do Sul Risco de processo contra ministro das Finanças gera cautela na África do Sul Risco de processo contra ministro das Finanças gera cautela na África do Sul

Johannesburgo – Uma nova frente na disputa entre o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e seu ministro das Finanças, Pravin Gordhan, foi aberta após o pior resultado eleitoral do partido governista desde o apartheid, o que gera temores sobre a estabilidade da economia do país. O ministro foi convocado por uma divisão policial de elite e pode ser processado por acusações ligadas a seu mandato como chefe do serviço tributário estatal, o que deixou os mercados africanos confusos e cautelosos.

O rand recuou mais de 3% ante o dólar e o juro do bônus do governo atingiu a máxima em três semanas mais cedo, enquanto as ações bancárias na Bolsa de Johannesburgo caminhavam para sua maior queda em dois meses.

Um porta-voz do Tesouro sul-africano confirmou que a divisão policial especial – conhecida como os Falcões e vista como próxima de Zuma – contatou Gordhan e que ele buscou aconselhamento legal. O ministro não foi acusado formalmente.

A notícia sinaliza, porém, a retomada das tensões entre Gordhan e Zuma sobre o rumo da política econômica e do governista Congresso Nacional Africano, em um momento de crescimento econômico modesto e menor apoio político.

Gordhan foi recolocado no cargo em dezembro, para conter uma fuga de ativos, após Zuma substituir o experiente ministro das Finanças por um nome mais próximo, porém sem experiência. O ministro prometeu conter os gastos e a dívida, em sua tentativa de evitar um rebaixamento no rating de crédito do país para o patamar “junk”.

Analistas dizem que a luta de poder sugere que Zuma pretende enfraquecer Gordhan para justificar sua retirada do posto, em meio a uma reformulação mais abrangente do gabinete e para buscar uma agenda econômica mais populista.

Uma fonte de divergência é um plano apoiado por Zuma para construir uma frota de usinas nucleares, estimada em US$ 60 bilhões. Gordhan recusa-se a dizer publicamente se apoia a iniciativa. A opositora Aliança Democrática, que se saiu vencedora nas últimas eleições, diz que a perspectiva de que o ministro possa ser preso afeta a confiança dos investidores e ameaça levar o rating de crédito do país a um rebaixamento. Fonte: Dow Jones Newswires.