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Rússia amplia ofensiva militar 'em todas as direções' na Ucrânia

Governo de Vladimir Putin acusa ucranianos de se recusarem a negociar um trégua

Rússia amplia ofensiva militar ‘em todas as direções’ na Ucrânia Rússia amplia ofensiva militar ‘em todas as direções’ na Ucrânia Rússia amplia ofensiva militar ‘em todas as direções’ na Ucrânia Rússia amplia ofensiva militar ‘em todas as direções’ na Ucrânia
Foto: OLEKSANDR RATUSHNIAK ASSOCIATED PRESS ESTADÃO CONTEÚDO

O Exército da Rússia recebeu ordens, neste sábado (26), para expandir sua ofensiva contra a Ucrânia, alegando que Kiev teria rejeitado negociar uma trégua. O comunicado foi divulgado pelo Ministério da Defesa russo, apesar do crescente protesto internacional em sentido contrário.

“Depois que o lado ucraniano se recusou a negociar, hoje todas as unidades foram ordenadas a desenvolver uma ofensiva em todas as direções de acordo com o plano da operação”, informou.

Na sexta-feira (25), após declarações do governo ucraniano sobre a disponibilidade para negociações, o governo liderado por Vladimir Putin disse que as hostilidades ativas nas principais áreas da operação haviam sido suspensas.

“Em consonância com as negociações esperadas, na sexta-feira à tarde o presidente russo ordenou a suspensão do avanço das principais forças das tropas de Moscou”, segundo o porta-voz russo Dmitri Peskov. “Já que o lado ucraniano rejeitou as negociações, as forças russas retomaram os avanços”, disse ele.

Ainda segundo a nota do Ministério da Defesa russo, com o apoio de fogo das Forças Armadas da Federação Russa, as tropas separatistas da República Popular de Luhansk (LPR) e da República Popular de Donetsk (DPR) estão tendo sucesso na ofensiva contra as posições das Forças Armadas da Ucrânia.

As tropas do LPR expandiram a linha ofensiva e avançaram desde o início da operação até uma profundidade de até 46 quilômetros, tendo capturado os assentamentos de Shchastia e Muratovo.

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Ainda segundo o governo russo, o batalhão de tropas da DPR, avançando na direção de Petrovskoe, avançou mais 10 quilômetros e capturou os assentamentos de Starognatovka, Oktyabrskaya e Pavlopol.

O comunicado aponta que o regime “nacionalista” de Kiev distribui massiva e “incontrolavelmente” armas leves automáticas, lançadores de granadas e munição para os moradores dos assentamentos ucranianos.

“O envolvimento nacionalista da população civil da Ucrânia nas hostilidades levará inevitavelmente a acidentes e baixas. Apelamos aos moradores da Ucrânia para que demonstrem consciência, não sucumbam a essas provocações do regime de Kiev e não se exponham e seus entes queridos a sofrimento desnecessário”, diz o Ministério da Defesa da Rússia.

Ucrânia se mantém na resistência contra as forças russas

Este já é o terceiro dia do conflito armado ordenado pelo presidente russo Vladimir Putin contra o país vizinho. Kiev, a capital ucraniana, sofreu ataques durante a noite, mas se mantém na resistência. 

Foto: ASSOCIATED PRESS ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, declarou neste sábado que “desmantelou o plano” de invasão da Rússia, e lançou um apelo pela defesa da capital, Kiev, que se tornou o principal alvo das forças de Moscou.

No terceiro dia da ofensiva lançada pelo presidente russo, pelo menos 198 civis ucranianos, incluindo três crianças, foram mortos, e 1.115 pessoas ficaram feridas, de acordo com o ministro da Saúde da Ucrânia, Viktor Lyashko.

“Mantivemo-nos firmes e repelimos com sucesso os ataques dos inimigos. Os combates continuam em muitas cidades e regiões do país (…) mas é o nosso Exército que controla Kiev e as principais cidades ao redor da capital”, disse Zelenski, em um vídeo publicado no Facebook.

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Número de soldados russos na Ucrânia já chega a 100 mil

O encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, afirmou neste sábado que o número de soldados russos em território ucraniano já chega a 100 mil.

Entre as táticas do exército russo, ele alertou sobre o uso de bandeiras e uniformes falsos e que grupos de sabotagem estão antecipando sua entrada na cidade para preparar as operações. Segundo Tkach, a Ucrânia continua aberta ao diálogo.

Tkach apelou aos organismos internacionais por ajuda humanitária, disse que ainda há alimentos, mas combustíveis já estão em falta. “A situação muda a cada minuto”, afirmou.

Com informações do Portal R7 e Estadão Conteúdo