A experiência do roubo ou furto de qualquer objeto pode ser traumática, mas por vezes, mesmo após o objeto ser recuperado pela polícia é possível que o proprietário sofra ainda mais para ter o utensílio de volta. Esse é o caso das bicicletas, que mesmo depois de serem recuperadas, não são facilmente devolvidas aos donos porque nem sempre é fácil comprovar a posse.
O comerciante Jeam Vasconcelos está na lista de vítimas da criminalidade. A bicicleta dele foi furtada mesmo estando presa em um cadeado no bairro Laranjeiras, na Serra. O prejuízo atingiu a marca dos R$ 1.000.
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“Ela estava presa com o cadeado, onde normalmente as outras pessoas deixam a bicicleta e no segundo dia que eu coloquei lá, tive a triste surpresa de chegar e não ver mais minha bicicleta”, lembrou o comerciante que nunca mais viu a bicicleta.
Dono de uma loja de bicicletas, o comerciante Denízio Rafael também foi outra vítima da criminalidade. O estabelecimento também fica no bairro Laranjeiras e o criminoso levou uma das bicicletas da loja. O prejuízo ficou em R$ 4 mil.
“Foram cortados dois cadeados, a pessoa entrou, era uma segunda-feira antes das oito da manhã. O camarada acordou cedo para cometer esse delito e entrou de um jeito fácil, ninguém viu, ninguém sabe, muito rápido”, contou.
Estratégia
Para tentar encontrar a bicicleta roubada, Denízio decidiu criar uma estratégia e ficar de olho em sites e aplicativos de venda. A ideia deu certo.
“Eu imaginava que um dia eu fosse encontrar e foi isso que aconteceu. Uma bela noite essa bicicleta estava lá, do jeito que foi roubada. Eu marquei um encontro com a pessoa que fez o anúncio e chamei a Polícia Militar. Chegando lá a gente teve a confirmação de que era a minha bicicleta, eu tinha a nota fiscal, com o número e isso foi fundamental para eu recuperá-la”, explicou.
Em alguns casos, a polícia consegue recuperar as bicicletas roubadas, mas nem sempre os proprietários conseguem pegá-las de volta. Isso acontece porque eles não possuem a nota fiscal da compra e nem outra forma de comprovar que são os verdadeiros donos.
Fique atento!
Para ter de volta uma bicicleta que foi recuperada pela polícia é preciso ter uma foto que comprove a propriedade dela, ou então a identificação, que é uma espécie de placa ou número do chassi.
Em algumas bicicletas esse número está um pouco abaixo do selim (assento da bicicleta) e em outras esse número costuma ficar em uma peça chamada “cubo”, perto da coroa.
O delegado Marcelo Nolasco explica que é importante ter ao menos uma maneira de comprovar a propriedade da bicicleta.
‘Bicicleta não é igual carro que tem um cadastro no Detran, que a gente consulta vê quem é o dono. Então uma coisa que a gente aconselha é que, quando as pessoas tiverem a sua bicicleta roubada ou furtada, que ela preencha o boletim de ocorrência com o máximo de informações possíveis. Se você virar ela de cabeça para baixo, você vai ver que existe um número de série no cubo. Se a pessoa tiver esse número para colocar na ocorrência, nos facilita muito a vida”, afirmou.
As bicicletas que não são devolvidas aos donos acabam sob a guarda da Justiça. Em nota, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) informou que qualquer objeto apreendido deve ser restituído ao proprietário, mas quando não é possível, ele fica vinculado ao processo criminal e cabe ao juízo dar a destinação do bem apreendido. Nesses casos, o juiz procura o Ministério Público, sendo possível realizar doações a projetos sociais.
* Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV.
