Geral

"Se tudo correr bem, não terá sequela", diz médico que operou criança estuprada no ES

Olímpio Barbosa de Morais Filho concedeu entrevista para a TV Vitória/Record TV

“Se tudo correr bem, não terá sequela”, diz médico que operou criança estuprada no ES “Se tudo correr bem, não terá sequela”, diz médico que operou criança estuprada no ES “Se tudo correr bem, não terá sequela”, diz médico que operou criança estuprada no ES “Se tudo correr bem, não terá sequela”, diz médico que operou criança estuprada no ES
Foto: Reprodução

O médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, que realizou o procedimento médico para interromper a gravidez da criança de 10 anos estuprada pelo tio em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, afirmou que a menina deverá ter alta nesta terça-feira (18).

“Ela está bem e deverá ter alta de hoje para amanhã. Sequela física, se tudo correr bem, não terá nenhuma. Ela precisa de ajuda em relação a saúde mental porque é uma criança que sofreu violência”, afirmou o médico em entrevista a TV Vitória/Record TV nesta segunda-feira (17).

Leia também

>> “Este não é um debate religioso, eu tenho que cumprir com a lei”, diz presidente da OAB-ES sobre aborto em vítima de estupro

>> Suspeito de estuprar e engravidar sobrinha de 10 anos em São Mateus continua foragido

Questionado sobre o motivo do procedimento não ter sido realizado no Espírito Santo, o médico falou sobre a experiência em casos como esse. “Talvez uns anos atrás, o procedimento poderia nem ter sido realizado no Recife. A gente vai adquirindo experiência sobre como proceder. Já tivemos protocolos que permitiam o procedimento com 20 semanas de gestação, hoje com o apoio jurídico entendemos que a norma técnica não é maior do que a lei”, explicou.

VÍDEO

Entenda o caso

O caso que chocou o Espírito Santo e o Brasil se tornou público depois que a menina deu entrada no Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, se sentindo mal. Enfermeiros perceberam que a garota estava com a barriga estufada, pediram exames e detectaram que ela estava grávida de cerca de 3 meses.

Em conversa com médicos e com a tia que a acompanhava, a criança relatou que o tio a estuprava desde os 6 anos. Ela disse que não havia contado aos familiares porque tinha medo, pois ele a ameaçava.

A Polícia Civil fez buscas no Estado e também na Bahia onde o tio da criança, de 33 anos, suspeito pelo crime, tem familiares. Ele não foi localizado e é considerado foragido.

O Ministério Público, através da promotoria de Infância e Juventude, entrou com uma ação impedindo a divulgação de qualquer informação sobre o caso, para proteger a integridade da família e da criança.

O caso é considerado estupro de vulnerável, que consiste em ato libidinoso ou relação sexual com menor de 14 anos ou contra pessoa que por deficiência física ou mental não tem o necessário discernimento para a prática do ato ou que, por qualquer outro motivo, não pode oferecer resistência, conforme o artigo 217-A do Código Penal.

Por conta da ocorrência, a hashtag “#gravidezaos10mata” ficou nos assuntos mais comentados do Twitter Brasil na última quinta-feira (13). Usuários da rede social iniciaram campanha para que a menina tenha interrupção da gravidez garantida. A legislação brasileira permite o aborto para vítimas de estupro – e também em casos de risco de morte para mãe e feto anencéfalo.