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Secretário estadual quer liberar celular em salas de aula

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São Paulo – O secretário estadual da Educação, José Renato Nalini, pediu ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) que libere o uso de celular nas salas de aulas da rede estadual para fins pedagógicos. A proposta é que, com a liberação, cada professor pense em propostas de como utilizar a tecnologia no dia a dia, no contexto das disciplinas.

O Palácio dos Bandeirantes diz que a proposta está em estudo nas áreas técnicas da Casa Civil e da Secretaria da Educação. O uso de celular durante o horário das aulas é proibido em toda a rede estadual pela Lei 132/2007, do deputado Orlando Morando (PSDB). Alunos que forem flagrados usando o aparelho podem ter o equipamento apreendido e receber sanção disciplinar nas unidades.

Existem leis semelhantes com veto ao uso do aparelho em outros Estados, como Acre, Amapá, Pernambuco, Paraná e Ceará. Os textos têm, em comum, preocupações com a falta de atenção dos alunos. Pesquisa da Tic Educação 2014, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), a mais recente sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras, mostrou que, cada vez mais, o smartphone ganha adesão no dia a dia de professores e estudantes. Entre os docentes de escolas públicas, 64% acessaram a rede pelo celular, ante apenas 6% em 2010, primeiro ano da pesquisa. Entre os alunos, 79% utilizam a internet nos telefones móveis.

Mas a internet é pouco acessada para fins pedagógicos: só 41% dos entrevistados usaram a rede na escola. O principal local de acesso continua sendo a própria casa (77%). Para o estudo foram analisados 1.486 colégios, públicos e privados, do 5.º ano do ensino fundamental ao 2.º ano do ensino médio.

O levantamento também aponta que a atual geração que está na escola é a que mais usa internet no celular. Entre a população de 9 a 17 anos, 82% acessam a rede por smartphone. O número já supera o acesso em computadores de mesa (56%).

Protagonismo em sala

Para o especialista em mobile learning e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Marcos Alexandre de Melo Barros, o uso de celular em sala de aula deve passar por uma formação do professor voltada para o protagonismo do aluno. “É importante preparar esse professor para ver o aparelho como aliado. O aluno pode pesquisar, coletar informação específica da aula. Como hoje acabam usando o aparelho para brincadeiras, sem contexto educacional, fica mais fácil proibir”, diz.

Uma das sugestões do professor é o uso das câmeras dos smartphones. “Os vídeos são importantíssimos para o resgate de contextualização. Imagine que o aluno trabalhou um texto em sala de aula. No fim, o professor reúne a turma em grupos e cada um produz vídeos de dois ou três minutos a partir do que foi lido, do que foi vivenciado na aula. Qual é a diferença? A partir do momento em que o aluno discute como será o vídeo, ele se apropria muito mais do conteúdo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.