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Sem protestos, ônibus do Transcol circulam normalmente nesta segunda

O Sindicato dos Rodoviários havia informado o novo protesto, mas voltaram atrás, após uma reunião na Assembleia Legislativa

Sem protestos, ônibus do Transcol circulam normalmente nesta segunda Sem protestos, ônibus do Transcol circulam normalmente nesta segunda Sem protestos, ônibus do Transcol circulam normalmente nesta segunda Sem protestos, ônibus do Transcol circulam normalmente nesta segunda
Foto: Iures Wagmaker / Folha Vitória

Após as ameças de realização de mais uma paralisação na manhã desta segunda-feira (13), os ônibus do sistema Transcol circulam normalmente na Grande Vitória. O Sindicato dos Rodoviários havia informado o novo protesto, mas voltaram atrás, após uma reunião na Assembleia Legislativa.

As manifestações ocorreidas na semana passada foram por causa de um impasse entre o governo do Espírito Santo e o Sindirodoviários. Os trabalhadores pedem a volta dos cobradores para suas funções nos coletivos.

No entanto, de acordo com o secretário estadual de Mobilidade Urbana, Fábio Damasceno, o retorno só deve ocorrer em 2022 e em um novo formato.

A ideia de paralisar 100% da frota do Transcol nesta segunda foi temporariamente deixada de lado após uma reunião de representantes do Sindirodoviários com o presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), deputado Erick Musso, na tarde de sexta-feira (11).

O presidente do sindicato, Marcos Alexandre da Silva, afirmou que o deputado reconheceu a legalidade da volta dos cobradores e que vai interceder junto ao Executivo Estadual na reivindicação dos rodoviários.

O presidente do Sindirodoviários também admitiu que novas paralisações podem ocorrer caso os cobradores não sejam recolocados em seus postos de trabalho.

“Podemos sim retornar todas as atividades de paralisações caso o governador do Estado não cumpra a decisão [sobre os cobradores] de 2020. E na segunda-feira vamos estar aqui na Assembleia, a partir das 15 horas, junto com os trabalhadores, para a gente mostrar para o governador que nós realmente precisamos desses postos de trabalho”, declarou.

Nas redes sociais, Erick Musso declarou publicamente seu apoio à pauta defendida pelo Sindirodoviários.

“A população não pode ficar prejudicada, sem transporte público, mas considero justo que os trabalhadores não podem sofrer com o desemprego, a insegurança e a falta de condições dignas de trabalho, por isso defendo o retorno de todos aos postos de trabalho”, postou o presidente da Ales.

Justiça proíbe paralisação dos rodoviários

Mesmo com o anúncio do Sindirodoviários sobre a suspensão da paralisação previst, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) obteve uma liminar na Justiça, nesta sexta-feira, garantindo que os rodoviários não realizem qualquer movimento que implique na não circulação dos ônibus, nos bloqueios nas garagens ou no fechamento de vias públicas.

A decisão é da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Municipal, Registros Públicos, Meio Ambiente e Saúde de Vitória.

Caso o Sindirodoviários descumpra qualquer uma dessas medidas, estará sujeito a uma multa diária que pode variar de R$ 100.000,00 a até R$ 1 milhão.

O que defendem os rodoviários?

Os rodoviários exigem o retorno de cerca de 3 mil cobradores, que foram afastados de seus postos de trabalho em 17 de maio de 2020, como medida do governo estadual para prevenir a disseminação da covid-19. Com isso, o pagamento das passagens passou a ser realizado apenas por meio do CartãoGV.

No anúncio da decisão, realizado no dia 13 de maio do ano passado, o governador Renato Casagrande afirmou que o afastamento seria, inicialmente, de 60 dias e que os profissionais continuariam a receber seus salários.

O governador disse ainda que os trabalhadores seriam remanejados para exercerem outras funções dentro do sistema de transporte público.

Entretanto, com medo de demissões, os cobradores fizeram manifestações durante o mês de maio, exigindo o retorno dos cobradores, conforme anunciado pelo governo estadual.

Devido à continuidade da pandemia, o decreto do governo do Estado foi prorrogado. Em março deste ano, os rodoviários fizeram uma paralisação novamente pedindo o retorno dos cobradores para suas funções.

Na época, sindicalistas impediram que os ônibus saíssem das garagens. A Justiça do Trabalho, no entanto, determinou o fim dos bloqueios. A decisão foi cumprida pela categoria e os ônibus voltaram às ruas.

Na manhã de quinta (09), os rodoviários voltaram a protestar e pedir o retorno dos cobradores aos postos de trabalho. Os rodoviários se concentraram na região da praça de Jucutuquara, em Vitória, e seguiram em direção ao Palácio Anchieta, no Centro da capital.

Um novo protesto aconteceu na sexta-feira. Os ônibus foram impedidos de sair das garagens e, com isso, os terminais ficaram lotados. Após cerca de três horas, os ônibus voltaram a circular.

Após a paralisação realizada em março deste ano, o secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno, disse que os trabalhadores possuíam estabilidade e não iriam perder seus empregos.

“É uma categoria que está sendo contemplada e estamos conseguindo manter os salários em dia, os empregos, a estabilidade e tem um plano de demissão voluntária. Poucos no Brasil vão passar por este momento de forma tão objetiva. Muitos pais de família estão sendo demitidos e perdendo seu sustento”, afirmou.

Nesta sexta-feira, em entrevista à rádio Pan News Vitória, o secretário classificou as paralisações realizada na manhã desta quinta e sexta-feira pelos rodoviários como ilegal, abusiva e irresponsável.

“100% ilegal e abusivo. Ilegal, abusivo e irresponsável. Só prejudica a população da região metropolitana. Não tem mais nenhuma função esse tipo de atividade. Existem algumas pessoas mais radicais achando que prejudicando a população vão chegar em algum lugar”, declarou.

A Semobi adiantou, nesta sexta-feira, que os cobradores devem retornar às suas atividades, a bordo dos coletivos, apenas em 2022 e em horários pré-determinados, como os de pico, para auxiliar na comercialização de créditos do CartãoGV via pagamento com cartão de crédito ou débito.

“A previsão é para o início do ano que vem. Ainda estamos num momento de pandemia. Nem toda a população foi vacinada com a segunda dose, alguns vão precisar da terceira dose. Estamos preparando essa volta de uma outra forma, um outro formato para que, no início do ano que vem, possamos ter o retorno de algumas funções do trabalho no conceito antigo. Mas, claro, fazendo somente venda de créditos eletrônicos”, informou Damasceno.

Damasceno disse ainda que uma audiência de conciliação entre o sindicato e a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) está marcada para o dia 14 de setembro.