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SP planeja 'corujão' de cirurgias para lidar com demanda represada com pandemia

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A Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo planeja um “corujão” de cirurgias para lidar com a demanda represada com a pandemia da covid-19. O secretário Jean Gorinchteyn falou que há cerca de 600 mil procedimentos que já deveriam ter sido feitos e estão em espera. Para evitar que situações como essa ocorram novamente, o governo estadual anunciou a criação de uma nova pasta: a Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde. “Não vamos mais ser surpreendidos”, diz o infectologista David Uip, que vai comandá-la.

“Estamos atentos às pessoas que ficaram com seus atendimentos represados para outras doenças. Temos hoje, no Estado 600 mil cirurgias que deveriam ter sido feitas e não foram”, afirma Gorinchteyn. “Por isso, assim como fizemos os ‘corujões’ da saúde voltados a exames, estamos agora desenvolvendo o corujão voltado para cirurgia, para que a gente compre serviços de hospitais filantrópicos e privados para esvaziar essa fila”, adiantou, ao Estadão.

A nova Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde terá como função integrar ações de vigilância epidemiológica, assistência, pesquisa, ensino e produção de vacinas e medicamentos para combate a doenças infecciosas. A pasta vai reunir e coordenar ações de instituições públicas, como o Instituto Butantan, o Instituto de Saúde, a USP, a Fundação para o Remédio Popular, o Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e também dialogar com o setor privado.

“(Com a covid) ficou claro que precisávamos de um órgão agregador, propositivo, para que consigamos enfrentar o que vem pela frente. Todos nós sabemos que teremos novas epidemias”, disse Uip, responsável por coordenar e instituir o Centro de Contingência – que, depois, se tornou Comitê Científico – na primeira fase da pandemia.

O governador Rodrigo Garcia (PSDB) destaca o ineditismo da proposta. “São Paulo é o primeiro Estado do País a criar uma nova área do governo para aprender com as lições que tiramos dessa última pandemia e também a experiência acumulada do enfrentamento as pandemias que nós vivemos, e poder fazer disso tudo um aprendizado permanente principalmente uma preparação para o futuro do combate às doenças epidemiológicas.”

Uip destacou que a nova pasta pretende ser uma secretaria de planejamento estratégico, e não vai “competir” com a da Saúde ou da Educação, por exemplo. “É uma forma de nós elaborarmos o planejamento futuro. Ela não compete, só adiciona.”

Não foi anunciado o aporte orçamentário nem número de funcionários da nova Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde. “Não conversei sobre verba (com o governador)”, falou Uip. “Mas exige muito mais do que verba, exige coordenação e inteligência.”

Quanto à equipe, o Comitê Científico, que prestou aconselhamento às decisões tomadas pelo governo na pandemia, se torna “conselho consultivo” da nova pasta e vai ser ampliado. Além disso, em um segundo momento, conta Uip, um “conselho superior de gestão” vai ser formado, com lideranças públicas e também o setor privado.