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STF adia julgamento de ação que pode descriminalizar drogas para uso próprio

STF adia julgamento de ação que pode descriminalizar drogas para uso próprio STF adia julgamento de ação que pode descriminalizar drogas para uso próprio STF adia julgamento de ação que pode descriminalizar drogas para uso próprio STF adia julgamento de ação que pode descriminalizar drogas para uso próprio

Brasília – O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para a próxima quarta-feira, 19, o julgamento de uma ação que pode resultar na descriminalização das drogas para consumo próprio. Os ministros analisam a constitucionalidade do artigo 28 da Lei nº 11.343, de 2006. O tema estava previsto para entrar em julgamento na sessão desta quinta-feira, 13, mas foi adiado, uma vez que a discussão sobre presídios se estendeu por toda a tarde.

O recurso chegou ao Supremo em 2011 e tem repercussão geral, ou seja, servirá como base para decisões em casos semelhantes em todos os tribunais do País. A ação, proposta pela Defensoria do Estado de São Paulo, contesta uma decisão do Juizado Especial Cível de Diadema, na Grande São Paulo. A Justiça manteve a condenação de uma pessoa por portar 3 gramas de maconha. A argumentação apresentada pela Defensoria é de que o artigo 28 da Lei de Drogas “viola o princípio da intimidade e da vida privada” e é, portanto, inconstitucional.

O tema será o primeiro item da pauta de quarta-feira e a expectativa é de que, devido à extensa lista de inscritos para sustentação oral, que o julgamento tenha continuidade na quinta-feira.

O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, explicou que será discutido se o porte de drogas para o uso próprio é, de fato, uma infração. Questionado se o julgamento definirá o que distingue um usuário de um traficante, o ministro disse que não sabe se o plenário tem “condição de fazê-lo judicialmente”. Sobre a importância do caso, Gilmar disse que “talvez seja um passo no sentido de ajudar a compreender esse problema extremamente complexo”.

O magistrado comentou ainda que a lei aprovada em 2006, que trata sobre drogas, provocou um resultado contrário ao esperado e, “ao invés de reduzir o número de presos, aumentamos significativamente. Estamos em quarto lugar em termos de população carcerária, cerca de 600 mil presos, e muitos ligados a essa questão do tráfico”, comentou.