Geral

STJ vai decidir sobre federalização da Chacina do Cabula, ocorrida na Bahia

STJ vai decidir sobre federalização da Chacina do Cabula, ocorrida na Bahia STJ vai decidir sobre federalização da Chacina do Cabula, ocorrida na Bahia STJ vai decidir sobre federalização da Chacina do Cabula, ocorrida na Bahia STJ vai decidir sobre federalização da Chacina do Cabula, ocorrida na Bahia

São Paulo – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai decidir sobre a competência para julgamento de ação penal contra nove policiais militares da Bahia envolvidos em operação realizada durante a chamada Chacina do Cabula, que resultou em 12 mortos e seis feridos, em fevereiro de 2015.

O ministro Reynaldo Soares da Fonseca recebeu e mandou processar um incidente de deslocamento de competência provocado pelo procurador-geral da República. Rodrigo Janot, para que a Justiça Federal, e não a estadual, julgue o caso.

Para o procurador, o caso traz “indícios fortes que merecem apuração adequada, de que agentes públicos promoveram verdadeira execução, sem chance de defesa das vítimas, o que configura grave violação de direitos humanos, a exigir pronta atuação dos poderes constituídos do Estado brasileiro”.

O procurador afirmou que a manutenção das investigações e da ação penal na esfera estadual “implica sério e fundado risco de condenação da República Federativa do Brasil nos sistemas internacionais”.

Segundo o procurador-geral, o Ministério Público da Bahia ofereceu denúncia contra nove policiais.

Em julho de 2015, esses policiais foram absolvidos em sentença fundada na reprodução simulada dos fatos – que teria ocorrido sem a participação da Promotoria baiana – e no relatório final do inquérito conduzido pela polícia, sem que fosse dado o tempo necessário para depoimento de testemunhas e para instrução adequada do processo.

O Ministério Público e o assistente de acusação apelaram, mas o Tribunal de Justiça da Bahia ainda não julgou esses recursos.

No STJ, o ministro Reynaldo da Fonseca verificou no processo a estatística apresentada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, segundo a qual, entre janeiro de 2013 e junho de 2015, foram registradas 616 mortes em confrontos com a Polícia Militar da Bahia.

“O quadro, com efeito, descreve indícios de uma possível violação de direitos humanos que pode, pelo menos em tese, vir a gerar responsabilização internacional do país”, destacou.

Para ele, merece aprofundamento a alegação de que a atuação da PM baiana e da Justiça estadual “pode estar comprometida, tanto para a condução da investigação quanto para o julgamento dos processos relacionados à Chacina do Cabula”. Ele pediu ao procurador-geral da República novas informações sobre as alegações apresentadas no incidente.