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Três pessoas morrem em protestos no Paquistão

Três pessoas morrem em protestos no Paquistão Três pessoas morrem em protestos no Paquistão Três pessoas morrem em protestos no Paquistão Três pessoas morrem em protestos no Paquistão

Islamabad – Milhares de manifestantes contrários ao governo que tentavam invadir a residência oficial do primeiro-ministro do Paquistão entraram em confronto com a polícia neste domingo. Três pessoas morreram e cerca de 400 ficaram feridas no conflito, que pede a renúncia do premiê, afirmaram autoridades do país.

No final da noite do sábado, os manifestantes se dirigiam à residência do primeiro-ministro. Quando a multidão começou a remover os contêineres usados como barricadas para barrar sua passagem, policiais passaram a atirar bombas de gás lacrimogêneo, o que forçou os participantes do protesto a recuarem. Autoridades disseram que não tiveram outra opção a não ser usar a força.

Dezenas de pessoas com marretas e barras de ferro também derrubaram um cercado do lado de fora do Parlamento, permitindo que centenas de manifestantes entrassem nos gramados e nas áreas de estacionamento. O chefe de polícia de Islamabad, Khalid Khattak, afirmou que os invasores estavam armados com martelos enormes, cortadores de arame, machados e até mesmo um guindaste.

Os participantes do protesto voltaram a se agrupar no começo da manhã do domingo e repetiram a tentativa de passar pela barreira de policiais e barricadas que bloqueavam o caminho até a residência do primeiro-ministro. A polícia chamou reforços e respondeu ao avanço com o uso de bombas de efeito moral.

Uma pessoa se afogou em uma vala após a multidão em que estava ser bombardeada com gás lacrimogêneo. Dois outros morreram em decorrência dos ferimentos causados por balas de borracha, contou o doutor Wasim Khawaja, autoridade de alto escalão de um dos hospitais da região.

Cerca de 400 pessoas, incluindo mulheres, crianças e policiais, foram internados nos hospitais locais, afirmaram autoridades paquistanesas. Os feridos haviam sido atingidos por estilhaços das bombas de efeito moral, balas de borracha e espancados com cassetetes.

A polícia também agrediu jornalistas locais que cobriam as manifestações com cassetetes, ferindo alguns, disse o ministro das Ferrovias, Saad Rafiq. Ele afirmou que o governo interveio para dar fim à ofensiva policial e prometeu que pediria uma investigação da conduta da polícia.

Os casos de violência elevaram as tensões da manifestação, liderada pelo político de oposição Imran Khan e o clérigo islâmico Tahir-ul-Qadri e que já dura duas semanas. Eles querem a saída do primeiro-ministro Nawaz Sharif, acusando-o de ter fraudado as eleições que o levaram ao poder no ano passado, na primeira transferência democrática de poder do país.

Apoiado pelo parlamento e vários partidos políticos, Sharif se recusou a renunciar e negociadores tentam convencer Quadri e Khan a darem fim aos atos. Ambos os líderes passaram a noite no acampamento dos manifestantes, permanecendo a maior parte do tempo dentro dos contêineres que têm servido como abrigo.

Khan pediu que os paquistaneses organizassem manifestações pelo país e considerou as ações da polícia contra os participantes do protesto ilegais. Qadri afirmou que havia passado a noite toda rezando e acompanhando a situação. “Se eles acham que a brutalidade deles vai nos forçar a recuar, eles estão errados”, ele disse.

As manifestações representam a maior ameaça ao terceiro mandato de Sharif como primeiro-ministro. Seu governo anterior acabou com um golpe militar e seu exílio. No sábado, o premiê disse que não renunciaria, mas que a violência poderia minar severamente sua autoridade se continuasse. Fonte: Associated Press.