Geral

Três são indiciados por suspeita de fraudar licitação de quiosques em Camburi

Segundo o Ministério Público Federal, construtora foi favorecida por patrocinar campanha de reeleição do ex-prefeito de Vitória, João Coser

Três são indiciados por suspeita de fraudar licitação de quiosques em Camburi Três são indiciados por suspeita de fraudar licitação de quiosques em Camburi Três são indiciados por suspeita de fraudar licitação de quiosques em Camburi Três são indiciados por suspeita de fraudar licitação de quiosques em Camburi
MPF investigou licitação e contrato de sete quiosques da orla de Camburi, em Vitória Foto: Divulgação

Nesta segunda-feira (6), o Ministério Público Federal do Espírito Santo indiciou três pessoas por irregularidades na construção dos quiosques na Praia de Camburi, em Vitória.

De acordo com a denúncia do MPF, o ex-secretário e o ex-subsecretário municipal de Obras de Vitória, Paulo Maurício Ferrari e Juscelino Alves dos Santos, juntamente com o diretor da Cinco Estrelas Construtora e Incorporadora Ltda, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, dispensaram a licitação obrigatória para a realização da obra.

O Ministério afirma que os executivos da Prefeitura, que atuaram na gestão de João Coser, contrataram sem licitação a empresa de Baraona, segunda colocada na licitação original, para construir os sete quiosques da orla de Camburi depois que a vencedora da licitação original ter rescindido o contrato. A retirada da empresa, agregada à necessidade de modificações no projeto licitado, obrigava à prefeitura fazer nova licitação.

As investigações apontaram que a empresa teria apoiado o grupo político do então prefeito João Coser, com uma doação de R$ 80 mil para sua campanha de reeleição e patrocínio de um anúncio de três páginas em uma revista de circulação nacional, enaltecendo a gestão do então prefeito.

Além de serem processados criminalmente, na esfera cível, Paulo Maurício Ferrari, Juscelino Alves dos Santos e Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona também são réus em uma ação de improbidade administrativa, por não realizar o procedimento licitatório, conferindo tratamento diferenciado à empresa Cinco Estrelas. Além disso, nos termos da ação, violaram o dever de imparcialidade, já que agiram para beneficiar empresa que apoiava financeiramente o grupo político do então prefeito da cidade.

Os três indiciados foram procurados pelo Jornal Folha Vitória na tarde desta segunda-feira. O empresário Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona não foi localizado na construtora; o ex-secretário Paulo Maurício Ferrari está viajando e o subsecretário Juscelino Alves dos Santos não foi localizado pela reportagem.

Em nota, o ex-prefeito João Coser informou “que todos os processos referentes à contratação da empresa para a construção dos quiosques da Praia de Camburi obedeceram ao que estabelece a Lei 8666/93, e foram submetidos à Controladoria e à Procuradoria Geral do Município. A contratação também contou com a análise e aprovação da Caixa Econômica Federal, agente financeiro responsável pelo repasse dos recursos captados junto ao Ministério do Turismo”.

João Coser afirmou também que, após a desistência da empresa vencedora da licitação, conforme determina a lei, a segunda colocada foi convidada e concordou em realizar a obra pelo valor apresentado pela empresa vencedora, não havendo, portanto, contratação sem licitação. O ex-prefeito disse também que a execução técnica do projeto ficou a cargo da Secretaria de Obras.