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Tribunal rejeita contas de 2013 da USP por altas despesas com pessoal

Tribunal rejeita contas de 2013 da USP por altas despesas com pessoal Tribunal rejeita contas de 2013 da USP por altas despesas com pessoal Tribunal rejeita contas de 2013 da USP por altas despesas com pessoal Tribunal rejeita contas de 2013 da USP por altas despesas com pessoal

São Paulo – O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) reprovou por unanimidade a prestação de contas de 2013 da Universidade de São Paulo (USP). A análise foi baseada em um relatório que apontou irregularidades, entre elas, o comprometimento dos recursos da instituição com o pagamento de salários e benefícios aos servidores. Ainda cabe recurso à universidade.

As contas rejeitadas nesta terça-feira, 16, pelo Tribunal são de 2013, último ano da gestão do ex-reitor João Grandino Rodas, que foi multado em R$ 23,5 mil pelas falhas na prestação de contas. As contas dos dois últimos anos analisados – 2008 e 2011 – foram rejeitados pelo TCE. As de 2009 e 2010 ainda estão pendentes de julgamento.

O relatório apontou que houve o descumprimento do limite legal de 75% do orçamento da instituição para as despesas com pessoal em 2013. Naquele ano, demonstrativo apresentado pela universidade mostrou comprometimento de 105,5% das receitas oriundas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com despesa de pessoal e encargos.

No ano analisado pelo tribunal, a Lei Orçamentária Anual (LOA) do Estado de São Paulo previa gastar, com a despesa de pessoal e encargos sociais da USP, o valor de R$ 3,1 bilhões. O valor executado, no entanto, foi de R$ 3,8 bilhões – 22% acima do previsto, segundo o TCE.

De acordo com o relatório, o aumento dos gastos com pessoal é atribuído ao aumento do quadro funcional nos cinco anos anteriores – aumento de 16% no número de servidores técnicos-administrativos e 8,5% de docentes – e reajustes salariais acima da inflação. “Nos últimos exercícios, houve concessão de reajustes salariais em percentuais superiores aos índices da inflação, o que certamente contribuiu para agravar a situação relativa às despesas de pessoal da USP”, conforme relatado no documento.

O relatório também cita a presença de 627 docentes que têm acúmulo de cargo na própria USP ou em outros órgãos do setor público, sem o acompanhamento da compatibilidade de horários nos casos em que ocorre o acúmulo de cargos. “A Fiscalização constatou a existência de servidores submetidos ao Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP), que ocupam cargos, empregos ou funções em outros órgãos da Administração Pública”, descreve o relatório.

Custo

O relatório também ressalta que a USP não disponibiliza do custo anual de cada curso, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Destacou também a perda que a piora na avaliação da qualidade de ensino da USP, segundo rankings universitários, como o Times Higher Education (THE) – a instituição passou da 158ª posição, em 2012, para o grupo de universidades entre 201ª a 250ª posição. “Essa perda de desempenho é ainda mais inaceitável quando se constata que no período entre 1995 e 2013 a própria USP informa ter havido crescimento real de 111,83% nos repasses do Tesouro do Estado, contra apenas 76,69% de aumento no quantitativo de alunos e de 59,11% no número de vagas na FUVEST”, relata o documento.

Quadro

A situação financeira atual da USP não difere muito da apontada como irregular pelo TCE. Em julho deste ano, a universidade teve 106% de suas receitas financeiras comprometidas com a folha de pagamentos. “O panorama é bastante crítico e há de se ter preocupação com o risco de comprometimento tal da receita que a finalidade institucional da USP venha a ser inviabilizada”, alertou o relatório.