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TRT analisa pedido de liminar para suspender greve dos rodoviários

Desde a madrugada desta terça-feira (12), os rodoviários impedem a saída de coletivos da garagem da empresa Santa Zita, em Viana

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Foto: Divulgação

O desembargador Gerson Fernando da Sylveira Novais, do Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES) está analisando um pedido de liminar para suspender a greve dos rodoviários, realizada desde a madrugada desta terça-feira (12), na garagem da empresa Santa Zita, em Viana.

Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), cerca de 400 profissionais paralisaram as atividades, impedindo a saída de 180 veículos, o que prejudicou a operação de cerca de 50 linhas.

A petição foi feita pelo GVBus, que afirma que a greve é ilegal. Segundo o sindicato, a paralisação fere a Lei de Greve, que prevê a publicação de edital informando à população sobre esse tipo de situação com 72 horas de antecedência.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Espírito Santo (Sindirodoviários), a paralisação é fruto do descaso das empresas que querem exigir de motoristas e cobradores que façam o papel de seguranças nos coletivos.

“Além de querer que eles [rodoviários] coíbam a prática de pular a roleta, as empresas pressionam também para que eles impeçam a ação de vendedores ambulantes dentro dos ônibus, bem como exijam de cadeirantes e portadores de necessidades especiais a atualização de documentos para a utilização dos coletivos. Da mesma forma, querem aumentar seus lucros em cima da penalização do trabalhador, com precarização de contratos e achatamento salarial, como é o caso da contração em período parcial”, diz o Sindirodoviários.

Jornada reduzida

Os principais motivos que levaram os trabalhadores do transporte rodoviário da Grande Vitória a cruzar os braços nesta terça-feira foram a jornada de trabalho reduzida e a insegurança dentro dos coletivos.

“A empresa está contratando trabalhadores com jornada de trabalho de 5 horas. Nós temos o salário de R$ 2.304 e o ticket de R$ 730, aí eles contratam com a jornada reduzida e pagam R$ 1.300 reais de salário e R$ 300 de ticket. Com isso, estão mandando o pessoal do convencional embora e ficando com o pessoal da jornada reduzida, então daqui a pouco vai estar todo mundo ganhando um salário de R$ 1.300 e nós estamos revoltados. Não aceitamos esse tipo de coisa”, afirma o representante do Sindirodoviários, Valdecy Dulcilina Laurindo.

O GVBus reiterou que a jornada reduzida está prevista em lei, e que, por esse motivo, a empresa está atuando de forma legal. Além disso, o GVBus afirma que quaisquer reivindicações de alterações de cláusulas contratuais tem o momento correto para serem discutidas, que é nas negociações trabalhistas, no mês de novembro. “A alegação de descumprimento do acordo coletivo precisa ser provada, o que não aconteceu até o momento”, diz o GVBus.

Insegurança

Um outro problema, que já faz parte da vida dos rodoviários, é a insegurança dentro dos ônibus. De acordo com Valdecy, as empresas estão cobrando atitude dos funcionários para inibir puladores de roletas e até mesmo ambulantes. Isso, segundo ele, tem resultado em agressões.

“Estamos recebendo muitas informações de agressões a cobradores e motoristas porque as empresas estão fazendo reuniões e forçando o trabalhador a inibir pulador de roleta e não deixar vendedores ambulantes subir. Então é sobre todos esses problemas que estamos fazendo o movimento”, concluiu.

O GVBus informou que desde o início do ano as empresas estão reunindo seus trabalhadores para esclarecer sobre os impactos da evasão de receitas para toda a sociedade. Segundo o sindicato, essas ações estão dentro do cronograma de treinamento e reciclagem dos operadores, elaborado pelo próprio GVBus em parceria com as empresas do Sistema Transcol.

“Durante as reuniões, são abordados temas como profissionalismo, o bom atendimento e tratamento com os clientes, os impactos da evasão de receita do transporte coletivo para toda a sociedade e sobre as formas de combater essas práticas. Momento de relembrar a eles as instruções que receberam ao assinar o contrato de trabalho”, revela o GVBus.

O GVBus diz ainda que todos os coletivos contam com o sistema de biometria facial, voltado ao controle do uso das gratuidades, e desde 2016 catracas altas estão sendo instaladas para aumentar a sensação de segurança dentro dos ônibus e inibir o pulo de roleta. Segundo o sindicato, cobrar do passageiro o pagamento da passagem é uma obrigação dos motoristas e cobradores.

“Reiteramos que a orientação é que eles expliquem para a população que pular o roleta, andar de carona ou embarcar pela porta do meio sem pagar a tarifa é proibido, assim com burlar as regras das gratuidades. E que evitem entrar em qualquer conflito que coloque em risco sua integridade física”, diz o sindicato.