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Trump insulta democratas após derrota na Câmara

Trump insulta democratas após derrota na Câmara Trump insulta democratas após derrota na Câmara Trump insulta democratas após derrota na Câmara Trump insulta democratas após derrota na Câmara

Era para ser uma simples reunião sobre a crise na Síria, mas o encontro desta quarta-feira, 16, entre os líderes democratas e o presidente Donald Trump, na Casa Branca, mal começou e já tinha terminado. Segundo o senador democrata Chuck Schumer, Trump teve um “surto” e ofendeu a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi.

O súbito mau humor do presidente se explica, segundo os democratas, pela derrota devastadora do governo no plenário da Câmara, horas antes, quando Pelosi conseguiu aprovar uma resolução condenando a retirada das tropas americanas da Síria, abrindo caminho para a ofensiva turca contra os curdos, que até então eram aliados dos EUA.

Por 354 votos a 60, a resolução foi aprovada – com o apoio de 129 deputados republicanos. Embora sem consequências práticas, a votação é uma derrota simbólica que mostra que a maioria dos congressistas condena a decisão de Trump de retirar as tropas da Síria.

O presidente se irritou com a medida. De acordo com Schumer, Trump chamou Pelosi de “política de terceira categoria”. “Foi um insulto à presidente da Câmara dos Deputados. Um desrespeito”, disse o senador. “Ele disse que havia comunistas entre os membros do Estado Islâmico e sugeriu que nós estaríamos achando bom. Não foi um diálogo, foi um insulto.”

Pelosi também definiu o episódio como um “surto” do presidente. Segundo a democrata, logo após os ataques verbais de Trump, os líderes – Pelosi, Schumer e o senador Steny Hoyer – abandonaram a reunião.

“Acho que o tamanho da derrota (horas antes, na Câmara), com dois terços dos republicanos votando contra ele, o afetou”, disse Pelosi. “Ele estava bastante alterado. E foi por isso que interrompemos o encontro. Ele não estava conectado à realidade da situação.”

Mais cedo, após reunião com o presidente italiano, Sergio Matarella, na Casa Branca, Trump adotou outra estratégia para defender sua decisão de retirar as tropas da Síria: atacar os curdos – que ajudaram os EUA a derrotarem o Estado Islâmico. O presidente declarou que os curdos “não são santos” e provavelmente são uma “ameaça terrorista maior que o Estado Islâmico”.

“Nós não temos nada com isso”, disse o presidente, sobre a guerra síria. “Se a Turquia invade a Síria, isto é um problema entre a Turquia e a Síria. Não é nossa terra.” A posição de Trump tem provocado críticas dentro do próprio partido, que teme os efeitos geopolíticos de uma incursão turca na Síria e do recuo dos EUA, que favorece o avanço dos interesses da Rússia e do Irã no Oriente Médio.

Por isso, ele tem tentado se livrar das acusações de ter permitido a ofensiva turca. “Eu não dei sinal verde para o ataque (turco). Foi o oposto disso”, disse Trump. Nesta quinta-feira, 17, o vice-presidente, Mike Pence, e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se reúnem com o presidente Recep Tayyip Erdogan em Ancara. Em princípio, o líder turco havia esnobado a delegação americana, mas depois aceitou se reunir com os enviados de Trump. Erdogan, porém, já disse que não haverá cessar-fogo e garantiu que não se importa com as sanções anunciadas em Washington. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.