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UFRJ teme que MEC nivele setor 'por baixo'

"Preocupa que, querendo igualdade, a gente acabe nivelando por baixo", disse Denise Pires de Carvalho, durante evento em São Paulo com o secretário de Educação Superior, Arnaldo Lima Junior

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Foto: Divulgação

A reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) questionou ontem possíveis mudanças nos critérios de distribuição de recursos para universidades federais. “Preocupa que, querendo igualdade, a gente acabe nivelando por baixo”, disse Denise Pires de Carvalho, durante evento em São Paulo com o secretário de Educação Superior, Arnaldo Lima Junior.

Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou, o Ministério da Educação (MEC) estuda mudar a forma de distribuir os recursos para as federais. A ideia é dar mais dinheiro a quem tiver melhor desempenho em indicadores como governança, inovação e empregabilidade. Segundo Lima Junior, o gasto por aluno é de R$ 75 mil na Federal de São Paulo (Unifesp) e na UFRJ – ante R$ 30 mil em universidades do Norte e Nordeste. “Temos 1,2 mil laboratórios, mais de 30% de cursos (com notas) 6 e 7. Ele quer que o Nordeste chegue (ao gasto da UFRJ)? (Se for isso), estamos de acordo. Se ele quer que a UFRJ diminua, aí não vamos poder ter o mesmo número de laboratórios nem de programas.”

Um dos critérios que o MEC estuda adotar para o desbloqueio de recursos é o ranking de governança do Tribunal de Contas da União (TCU), que Lima Junior classificou como “bastante robusto”. Segundo ele, 86% das universidades têm índices inferiores a 5 nesse levantamento (de 0 a 10). A UFRJ alcançou as piores posições.

“Quanto maior for o índice de governança, maior será a parte destinada a essas instituições. (Isso vai ser feito) daqui para frente”, disse o secretário. Segundo Lima Junior, o que se pretende é “criar uma cultura do suor, de não se vitimizar” e premiar quem obteve melhores resultados. “Eu me assustei um pouco com o que foi noticiado. Conheço a empregabilidade dos egressos, somos a primeira em inovação, mas não conheço o relatório do TCU”, disse Denise, que assumiu a reitoria em julho. Ela também levantou dúvidas sobre o que poderá ser considerado empregabilidade.

Procurado, o secretário executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Gustavo Balduíno, disse que ainda não sabe oficialmente qual é a proposta e que haverá uma reunião com o secretário do MEC na quinta-feira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.