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Uso de água do Alto Tietê não alivia Cantareira

Uso de água do Alto Tietê não alivia Cantareira Uso de água do Alto Tietê não alivia Cantareira Uso de água do Alto Tietê não alivia Cantareira Uso de água do Alto Tietê não alivia Cantareira

São Paulo – Com o objetivo de manter a atual exploração do Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) afirmou aos gestores federal e estadual de recursos hídricos que a transposição de água da Billings para o Sistema Alto Tietê não poderá socorrer o principal manancial paulista, conforme a empresa havia anunciado. A empresa nega que haja contradição.

Em ofício enviado à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), a Sabesp pede que a captação de água do Cantareira não seja reduzida de 13,5 mil litros por segundo para 10 mil l/s em novembro, conforme havia sido determinado pelos dois órgãos, porque usar a transposição da Billings para ampliar a produção de água do Alto Tietê e socorrer o Cantareira “não é viável”. O pedido foi aceito pelo DAEE e está em análise na ANA.

A informação contradiz o que a Sabesp tem divulgado à população em campanha publicitária. Nas peças veiculadas em rádio, a empresa afirma que com a transposição “são 4 mil l/s da Billings para o Alto Tietê”, beneficiando mais de 1,2 milhão. Para os órgãos gestores, contudo, a Sabesp afirma que a “condição hidrológica” do Alto Tietê “é tão ou mais grave do que a do Sistema Cantareira, o qual viria a socorrer”.

A Sabesp ressalta que “as projeções apontam cenários incômodos para o Sistema (Alto Tietê)” e “mesmo com a transferência da água” da Billings “teríamos de manter a produção no patamar atual, de cerca de 13 mil l/s”. A capacidade total de produção do sistema é de 15 mil l/s. “Portanto, a expectativa de ampliação da produção do Alto Tietê para suprir uma redução de produção do Sistema Cantareira não é viável, colocando em risco os dois principais sistemas produtores da Região Metropolitana de São Paulo”.

Nível

Na quarta-feira, 14, o Alto Tietê estava com 14,7% da capacidade, enquanto o Cantareira tinha 16,3%, incluindo as duas cotas do volume morto. Uma simulação apresentada pela estatal mostra que, mesmo que a situação nos próximos meses fique 20% pior do que foi em 2014, o Cantareira chegará ao fim do ano perto do limite da primeira cota da reserva profunda.

A Sabesp afirma que já reduziu em 60% a produção de água do Cantareira, “dando mostras de atingir o seu máximo resultado”, e que uma nova restrição provocaria “enorme sacrifício” à população. A companhia ressalta ainda que neste ano já entrou 85% mais água no sistema do que no mesmo período de 2014, mas que o consumo de água deve subir nos próximos meses por causa do aumento da temperatura.

Em nota, a estatal afirma que “não há contradição” nas informações. “O que está dito no ofício é que as atuais condições de armazenamento das represas do Sistema Alto Tietê não permitem a imediata ampliação de produção. Por outro lado, é somente com a água que já está sendo enviada do Rio Grande para o Sistema Alto Tietê que está sendo possível manter o atual socorro ao Cantareira. Portanto, é real a redução da dependência do Sistema Cantareira”, afirma.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.