Geral

USP mantém corte nos gastos com investimentos

USP mantém corte nos gastos com investimentos USP mantém corte nos gastos com investimentos USP mantém corte nos gastos com investimentos USP mantém corte nos gastos com investimentos

São Paulo – Em crise financeira, a Universidade de São Paulo (USP) decidiu nesta terça-feira, 18, manter o corte de gastos com custeio e investimentos para 2015. Do ano passado para 2014, essas despesas já haviam sido reduzidas em 29,32%. A previsão é que, no próximo ano, a instituição gaste R$ 600,04 milhões com essa finalidade, quase o mesmo valor do orçamento aprovado em fevereiro, se considerada a inflação.

O valor para o ano que vem consta nas diretrizes orçamentárias, aprovadas ontem pelo Conselho Universitário. As diretrizes norteiam o orçamento geral, que será votado em dezembro. Os gastos com custeios e investimentos são aqueles que não se referem à folha salarial – como manutenção de laboratórios ou viagens didáticas.

A Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) propõe manter esse nível de gasto com custeio e investimento até 2018, corrigido pela inflação de cada ano. O cenário leva em consideração a adesão total ao plano de demissão voluntária, que prevê a aposentadoria antecipada de 1,7 mil funcionários e reajuste sem aumento real nos salários. Mesmo assim, como o jornal O Estado de S. Paulo revelou anteontem, é previsto déficit de R$ 115 milhões até 2018.

Para parte dos professores e funcionários, a contenção de gastos de custeio levará à queda de qualidade da USP. O reitor, Marco Antonio Zago, garante que o patamar de gastos funcionou neste ano e não haverá problemas para os próximos.

“O nível de gastos com custeio e investimento se mostrou perfeitamente compatível ao funcionamento das unidades”, diz Zago. O patamar de gasto por unidade hoje é o mesmo de 2010, com a correção inflacionária. “Estamos em um processo de reequilíbrio que vai demorar alguns anos.”

Caso se confirme o cenário previsto pela COP, o nível de comprometimento das receitas com a folha salarial será de 90,33% em 2018. O índice ainda é considerado inseguro por especialistas em gestão no ensino superior, que recomendam patamar entre 80% e 85%. Hoje a USP gasta 106,3% dos repasses do Tesouro Estadual com a folha. Segundo Zago, a USP deve retomar a contratação dos professores só em 2016.