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Vandalismo ocorre por queda da oferta de drogas na Cracolândia, diz delegado

Vandalismo ocorre por queda da oferta de drogas na Cracolândia, diz delegado Vandalismo ocorre por queda da oferta de drogas na Cracolândia, diz delegado Vandalismo ocorre por queda da oferta de drogas na Cracolândia, diz delegado Vandalismo ocorre por queda da oferta de drogas na Cracolândia, diz delegado

Cenas de vandalismo assustaram moradores do centro de São Paulo entre a noite de quarta-feira, 1º, e o início da madrugada desta quinta-feira, 2. A movimentação ocorreu, segundo o delegado Roberto Monteiro, por causa da falta de drogas na Cracolândia após o sucesso das ações policiais na região.

Chefe da 1ª Seccional Centro da Polícia Civil de São Paulo, ele é um dos delegados à frente da Operação Caronte, criada para desmantelar o tráfico na área. No fim da tarde desta quinta, 2, foi realizada uma nova etapa da operação, que terminou com três detidos.

“Ontem (quarta) à noite tivemos uma arruaça justamente porque não tem droga ali na Helvétia. Devido à repressão da polícia, o tráfico está muito reprimido e sufocado. Assim como perderam o espaço territorial deles, perderam a hierarquia que tinham ali”, afirmou o delegado ao Estadão. “Tem muito pouca droga lá.”

Em outras ocasiões, Monteiro ressaltou que um dos cuidados da polícia é evitar que traficantes insuflem usuários de droga contra os policiais e a população em geral. Durante a madrugada, usuários de drogas promoveram quebra-quebra no centro, inclusive atirando pedras contra estabelecimentos comerciais e residências da região. Vídeos divulgados por testemunhas mostram o momento em que grupos de pessoas se deslocam por vias como a Avenida São João e a Avenida Duque de Caxias, em Campos Elísios.

No fim da tarde desta quinta, a Polícia Civil fez uma nova incursão da Operação Caronte no cruzamento da Rua Helvétia com a Avenida São João, para onde boa parte do fluxo de usuários de droga migrou ao longo das últimas semanas. A ação contou com 40 policiais civis e 30 agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Teve ainda apoio da Polícia Militar, que ajudou a fazer o cerco na região por volta de 16h30. Os usuários foram contidos no local e passaram por revista.

Conforme Monteiro, um procurado pela Polícia Civil foi preso e outras duas pessoas foram detidas. Os agentes ainda estão averiguando se elas estão entre os procurados. O balanço final da ação ainda não foi divulgado, mas o delegado conta terem sido apreendidos facas, canivetes, tesouras, chaves de fenda e uma quantia considerável de dinheiro. Além de pequenas quantidades de drogas.

Após o fim da ação, que durou pouco mais de duas horas, os usuários se dispersaram por outras ruas das região e o local recebeu limpeza da Prefeitura. “Estão em ruas próximas, mas devem acabar voltando”, disse Monteiro.

Como mostrou o Estadão, a Polícia Civil dispersou o fluxo da Praça Princesa Isabel no início do mês, o que fez com que usuários de drogas se espalhassem por vias como a Frederico Steidel e a Helvétia. Com a dispersão, o entendimento da polícia é que as ações ficariam mais facilitadas, o que aumentaria as chances de desmantelar o tráfico de drogas na região.

Monteiro relembra que quando a Operação Caronte teve início, na metade de ano passado, cerca de 2,5 mil usuários de droga e traficantes estavam estabelecidos na Praça Julio Prestes. Nesta quinta, estima o delegado, eram cerca de 400 pessoas na Rua Helvétia, o que seria um indicativo, argumenta, de sucesso da operação. “O combustível é o traficante. Quando se combate o tráfico, ainda mais em grupos pequenos, há mais permeabilidade para prender os traficantes, permeabilidade para ações sociais e de saúde.”

O delegado explica que, atualmente, o foco da polícia é acabar com o que chama de “ciclo vicioso” da Cracolãndia. “Fizemos um trabalho contínuo de repressão à organização criminosa que explorava o narcotráfico no fluxo”, explica. Segundo ele, ainda há ao menos 30 mandados de prisão por tráfico de drogas a serem cumpridos.