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'Vejo muita gente desequilibrada no Metrô. Corremos perigo', diz testemunha

‘Vejo muita gente desequilibrada no Metrô. Corremos perigo’, diz testemunha ‘Vejo muita gente desequilibrada no Metrô. Corremos perigo’, diz testemunha ‘Vejo muita gente desequilibrada no Metrô. Corremos perigo’, diz testemunha ‘Vejo muita gente desequilibrada no Metrô. Corremos perigo’, diz testemunha

São Paulo – Usuários do Metrô em São Paulo relatam medo e insegurança no transporte público e dizem que é preciso ficar alerta. Nesta terça-feira, 15, um adolescente de 15 anos foi esfaqueado por um homem dentro de um vagão, quando a composição passava pela Estação da Sé, no centro da cidade. Everton Lima dos Santos, de 34 anos, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia nesta quarta.

“Foi um susto muito grande, um caos, um desespero. Tinha uma moça do meu lado chorando bastante e um rapaz desmaiou. Fica o alerta porque já vi muita gente desequilibrada. Não reajam mesmo sendo empurrados. Todos nós que usamos transporte público corremos perigo”, diz o publicitário Bruno da Cruz, de 29 anos, que testemunhou o esfaqueamento desta terça.

Segundo ele, tudo ocorreu muito rápido. “O trem estava saindo da Estação Anhangabaú rumo à Sé. Estava em uma porta e ouvi um tumulto na porta ao lado, a uns cinco metros de mim, um barulho de gente gritando desesperada, muito alto e acima do que costuma acontecer por lá. Percebi que tinha coisa errada”, disse.

De acordo com Cruz, alguns segundos depois, o rapaz ferido foi retirado “às pressas” do Metrô e a gritaria se intensificou. “Todos viram o que estava acontecendo, perceberam o rapaz esfaqueado e viram sangue no chão. Rapidamente, seguranças do metrô conseguiram agir, retiraram o rapaz e pelo que percebi foram atrás do suspeito e evacuaram o vagão”, disse.

O jovem foi levado à Santa Casa, onde passou por cirurgia. Segundo o hospital, o estado de saúde dele é estável e o adolescente está em observação médica. De acordo com o delegado Marcos Vinícius da Silva Reis, o esfaqueamento ocorreu após uma briga, que teria começado quando Santos furou a fila para embarcar ainda no terminal Barra Funda.

Mesmo antes do episódio, passageiros que utilizam a estação Sé do Metrô já sentiam insegurança e recomendam estado de alerta com os pertences. “Se a pessoa quiser entrar com uma faca ou um revólver, ninguém vai impedir. É um lugar muito inseguro, diz o gerente comercial Douglas Luís Miranda, de 35 anos. “Em aeroporto tem raio-x e aqui também deveria ter”, sugere.

“Os seguranças do metrô só servem para espantar camelôs que ficam vendendo coisas nas estações, mas a insegurança se mantém”, reclama o pintor João Lúcio da Silva, de 44 anos. “Qualquer um pode entrar”. O mesmo pensa a cozinheira Maria Aparecida Menezes, de 50 anos. “Sempre pego metrô e aqui (Sé) é uma estação muito lotada. Tem de ficar com a bolsa grudada no corpo, ficar alerta sempre”.

Agentes

Em nota, o Metrô de São Paulo informou que conta com mais de 1.100 agentes “treinados para atuar em benefício de todos os passageiros, realizando estratégias operacionais e rondas constantes, uniformizados e à paisana, nos trens e estações do sistema, além de uma infraestrutura com 3.500 câmeras de monitoramento”.

Segundo o Metrô, na ocorrência desta terça, “os agentes de segurança agiram prontamente socorrendo a vítima – levada ao PS da Santa Casa – e detendo o agressor, que foi encaminhado para a Delpom (Delegacia do Metropolitano)”.

O Metrô diz que as estratégias e as ações do efetivo de segurança mantém estáveis os índices de ocorrências de segurança pública no sistema, que é de 0,35 ocorrência (como furto, roubo e briga) por milhão de passageiros transportados.