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Vendedores ambulantes temem prejuízos durante fechamento total

Alguns ainda têm dúvidas e até discordam do fechamento durante 14 dias; famílias temem ficar sem o único sustento

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Foto: Reprodução

Em virtude do endurecimento nas medidas de contenção ao novo coronavírus, anunciadas na última terça-feira (16), pelo governador Renato Casagrande, vendedores ambulantes ainda estão com dúvidas sobre a continuidade ou não do trabalho nas ruas e nos espaços públicos. O medo destes trabalhadores é de que, durante o período de fechamento total, eles não consigam nem mesmo manter o próprio sustento.

Forte aliada ao calor, a água de coco é um dos símbolos do verão e tornou-se a fonte de renda do vendedor ambulante e microempresário Evandro de Paula. Mesmo com o calor, Evandro teme a chegada do fechamento total.

“No comércio ambulante, todo mundo precisa de ter a sua renda e a grande maioria de nós dependemos disso aqui. A gente trabalha um dia pelo outro. Se a gente ficar 14 dias ou mais sem trabalhar, a grande maioria não vai ter o seu próprio negócio e principalmente vai passar necessidade”, disse.

Sobre este assunto, o governo do Estado se reuniu nesta quarta-feira (17) com os prefeitos capixabas para definir detalhes sobre o acesso às praias. No decreto que foi publicado no Diário Oficial, todo comércio considerado não essencial não pode funcionar.

Assim como outros vendedores ambulantes, Evandro é autônomo e caso fique sem trabalhar, a renda não chega. Sem ajuda do poder público e com as barraquinhas com movimento fraco, famílias que dependem deste tipo de renda salientam que poderão sofrer sérias dificuldades para ter acesso ao básico.

Também neste ramo, está o Efigefson Libânio. Ele tem uma barraca de lanches e açaí e argumenta que o fechamento do estabelecimento durante 14 dias não é justo.

“O empreendedor ambulante deve seguir as ordens do distanciamento, manter o álcool em gel para o público, uso de máscara e, aquele que não estiver cumprindo isso, ele sim deve ser penalizado. Hoje eu estou carregando a culpa de outras pessoas que não estão sendo sensatas em questão ao que estamos vivendo hoje”, explicou.

Na Grande Vitória, o município de Vila Velha possui 500 vendedores ambulantes cadastrados. Em Cariacica, são 200. Em Vitória, 333 vendedores estão registrados no município. As demais cidades da região metropolitana não informaram o número de ambulantes cadastrados.

Feiras livres

Foto: Reprodução / TV Vitória

Apesar de estarem incluídas no decreto, o funcionamento ou não das feiras livres, bem como as condições deste funcionamento, ficarão a cargo de cada município.

Até o momento, dentre as cidades da Grande Vitória, apenas Cariacica e Vila Velha definiram que vão continuar realizando as feiras nos mesmos dias e horários, sempre seguindo os protocolos de segurança, como distanciamento entre barracas.

 A secretaria estadual de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia informou apenas que avalia os impactos que as medidas irão causar.

* Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/Record TV.