Geral

Violência não fará com que abandonemos nosso projeto político, diz Puigdemont

Violência não fará com que abandonemos nosso projeto político, diz Puigdemont Violência não fará com que abandonemos nosso projeto político, diz Puigdemont Violência não fará com que abandonemos nosso projeto político, diz Puigdemont Violência não fará com que abandonemos nosso projeto político, diz Puigdemont

São Paulo – O político catalão Carles Puigdemont afirmou nesta terça-feira, em entrevista coletiva em Bruxelas, que pretende continuar a trabalhar para evitar “um desmonte” das instituições catalãs, após o governo do premiê da Espanha, Mariano Rajoy, lançar mão do artigo 155 da Constituição para intervir na região e frear um processo de independência almejado pelo governo regional. Puigdemont era o presidente da Catalunha e continuou a agir hoje como se estivesse na função, embora para o governo de Madri a intervenção já tenha ocorrido e ele tenha sido afastado.

“Tentamos o diálogo, mas o governo de Madri nunca aceitou”, disse Puigdemont na coletiva. Segundo ele, porém, a violência de Madri não fará com que se abandone o projeto político pela independência catalã. “Vim a Bruxelas para agir com mais liberdade e sem as ameaças de Madri”, afirmou, acrescentando que não tem a intenção de buscar asilo político na Bélgica, indo a Bruxelas por sua condição de capital da Europa.

Puigdemont disse ainda que pretende seguir trabalhando, “dentro dos limites impostos”, e elogiou os funcionários que têm agido para evitar a intervenção de Madri no governo regional. Ele disse que pode voltar à Espanha assim que tenha garantia de um processo justo, “com separação de Poderes”. “Não vou me eximir de minhas responsabilidades em relação à Justiça”, sustentou. Puigdemont criticou as acusações apresentadas pelo procurador José Manuel Maza contra ele e outros políticos favoráveis à separação e disse que há uma perseguição às lideranças catalãs, que poderia levar a pedidos de prisão preventiva ou ao estabelecimento de fianças abusivas. “Não se tratou de Justiça, mas de vingança”, argumentou.

O político catalão disse que pretende respeitar o resultado da eleição convocada para 20 de dezembro na Catalunha, mas questionou se o governo de Madri fará o mesmo, no caso de uma vitória dos favoráveis à independência regional. “A eleição é um desafio democrático, do qual não fugiremos.”

Puigdemont disse ainda que, para ele, o processo de degradação política começou em 1º de outubro, quando a polícia espanhola reprimiu duramente os que desejavam votar em um plebiscito pela secessão. O governo Rajoy argumenta, porém, que a votação popular não tinha nenhum amparo legal, sendo portanto irregular. A Justiça espanhola havia decidido que o plebiscito fosse suspenso, mas as autoridades regionais seguiram adiante com a iniciativa. A votação terminou com amplo respaldo à separação, mas nem Rajoy nem a Justiça mudaram sua posição e ainda reforçaram as críticas à condução da política regional por Puigdemont, o que resultou no uso do artigo 155 da Constituição para afastar o governo regional e nas acusações da procuradoria.